Dr. Bach
Como isso pode ser interpretado em terminologia física? Prana, ou vida, ou energia, é o tom; a circulação, a regularidade, é o ritmo - regularidade nas pulsações da cabeça, do pulso e na circulação do sangue ao longo das veias. Em terminologia física, a carência de circulação significa congestão; e a carência de prana (de vida, ou de energia) significa fraqueza.
Essas duas condições atraem a doença e são a causa da doença. Em terminologia mental, o ritmo é a ação da mente - quer seja a mente ativa em pensamentos harmoniosos ou em pensamentos desarmoniosos, quer seja ela uma mente forte, firme e estável, ou uma mente fraca.
Se a pessoa prossegue tendo pensamentos harmoniosos, isto se assemelha exatamente às batidas regulares do pulso e à circulação adequada do sangue; se a harmonia do pensamento é quebrada, a mente fica congestionada. Então, a pessoa perde a memória; surge a depressão como conseqüência, e o que a pessoa vê nada mais é que escuridão.
Dúvida, suspeita, desconfiança e todo tipo de aflição e de desespero ocorrem quando a mente é congestionada dessa maneira. O prana da mente é mantido quando esta pode ser estabilizada em pensamentos de harmonia; então, a mente pode equilibrar seus pensamentos; então, ela não pode ser abalada com facilidade; então, a dúvida e a confusão não podem facilmente subjugá-la.
Quer se trate de doença nervosa, quer de doença mental, quer se trate de doença física, na raiz de todos esses aspectos da doença só há uma causa - a desarmonia.
Um corpo que se tornou desarmonioso converte-se num receptáculo de influências desarmoniosas, de átomos desarmoniosos; ele partilha dessas influências sem saber disso; e o mesmo acontece com a mente. O corpo que já está com a saúde precária é mais suscetível à doença do que o corpo que é perfeitamente saudável; e, do mesmo modo, a mente na qual uma desordem já esteja presente é mais suscetível a toda sugestão de desordem, e dessa maneira vai de mal a pior.
Cientistas de todas as épocas têm descoberto que cada elemento atrai o mesmo elemento, e por isso é natural que a doença deva atrair a doença; desse modo, em palavras simples, a desarmonia atrai a desarmonia, enquanto que a harmonia atrai a harmonia. Vemos na vida cotidiana que uma pessoa que nada tem de errado em si mesma e está apenas fraca fisicamente, ou cuja vida não é regular, está sempre suscetível à doença.
E também vemos, por outro lado, que uma pessoa que pondera, com freqüência, sobre pensamentos desarmônicos é ofendida com muita facilidade; não demora muito tempo para que ela fique ofendida - uma coisinha aqui e outra ali a fazem sentir-se irritada, pois a irritação já está presente e requer apenas um pequeno toque para se transformar numa irritação mais profunda.
Além disso, a harmonia entre o corpo e a mente depende da vida externa da pessoa; o alimento que ela ingere, a maneira como vive, as pessoas com quem se encontra, o trabalho que realiza, o clima sob o qual vive. Não há dúvida de que, sob as mesmas condições, uma pessoa pode estar doente e outra pode estar bem.
A razão disso é que uma delas está em harmonia com o alimento que ingere, com a situação meteorológica onde vive, com as pessoas com quem se encontra, com as condições que a cercam. A outra pessoa se revolta contra o alimento que ingere, contra as pessoas com quem se encontra, contra as condições que a cercam, contra a situação meteorológica onde precisa viver.
Isto se deve ao fato de que ela não está em harmonia; e percebe e experimenta resultados semelhantes em todas as coisas da sua vida. A desordem e a doença são o resultado disso. Essa idéia pode ser muito bem demonstrada pelo método que os médicos da atualidade têm adotado, de inocular uma pessoa com o mesmo elemento que a torna doente.
Não há melhor demonstração dessa idéia do que a prática da inoculação. Isso coloca a pessoa em harmonia com a coisa que é oposta à sua natureza. Se a pessoa entender esse princípio, ela poderá inocular a si mesma com tudo o que não estiver de acordo com ela, e com aquilo ao qual está continuamente exposta e do qual não há maneira de escapar.
Em geral, os lenhadores não pegam insolação; os marinheiros não pegam resfriado facilmente. A razão disso é que os primeiros se fizeram à prova de sol, enquanto que os segundos se fizeram à prova d'água. Em resumo, a primeira lição em saúde é o entendimento desse princípio, o de que a doença nada mais é que desarmonia e que o segredo da saúde reside na harmonia."
http://www.soubem.net/artigos/equil-brio-e-sa-de
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