RELIGIÃO UMBANDA

Na Umbanda não há preconceitos nem orgulho. Aprendemos com quem mais sabe e ensinamos aqueles que sabem menos.

“A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe." (H. Jackson Brownk)


Nenhum mistério resiste à fragilidade da luz.Conhecer a Umbanda é conhecer a simplicidade do Universo.

A Umbanda crê num Ser Supremo, o Deus único criador de todas as religiões monoteístas. Os Sete Orixas são emanações da Divindade, como todos os seres criados.

O propósito maior dos seres criados é a Evolução, o progresso rumo à Luz Divina. Isso se dá por meio das vidas sucessivas, a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento.

Existe uma Lei de Justiça Universal que determina, a cada um, colher o fruto de suas ações, e que é conhecida como Lei de Ação e Reação.

A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e a cada um devemos fazer o que gostaríamos que a nós fosse feito.

A Umbanda possui uma identidade própria e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles

A Umbanda está a serviço da Lei Divina, e só visa ao Bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém, ou se utilize de magia negativa, não é Umbanda.

A Umbanda não realiza, em qualquer hipótese, o sacrifício ritualístico de animais, nem utiliza quaisquer elementos destes em ritos, oferendas ou trabalhos.

A Umbanda não preceitua a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas, e sua reverência às Forcas da Natureza implica em preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra.

Todo o serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimento, consultas ou trabalhos mediúnicos. Quem cobra por serviço espiritual não é umbandista.

"Tudo melhora por fora para quem cresce por dentro."

O que a Umbanda tem a oferecer?


Hoje em dia, quando falamos em religião, os questionamentos são diversos. A principal questão levantada refere-se à função da mesma nesse início de milênio.
Tentaremos nesse texto, de forma panorâmica, levantar e propor algumas reflexões a esse respeito, tendo como foco do nosso estudo a Umbanda.

O que a religião e, mais especificamente, a religião de Umbanda, pode oferecer a uma sociedade pós-moderna como a nossa? Como ela pode contribuir junto ao ser
humano em sua busca por paz interior, desenvolvimento pessoal e auto-realização?
Quais são suas contribuições ou posições nos aspectos sociais, em relação aos
grandes problemas, paradoxos e dúvidas, que surgem na humanidade contemporânea?
Existe uma ponte entre Umbanda e ciência (?) _ algo indispensável e extremamente útil, nos dias de hoje, a estruturação de uma espiritualidade sadia.

O principal ponto de atuação de uma religião está nos aspectos subjetivos do “eu”. Antigamente, a religião estava diretamente ligada à lei, aos controles morais e definição de padrões étnicos de uma sociedade _ vide os dez mandamentos
e seu caráter legislativo, por exemplo. Hoje, mais que um padrão de comportamento, a religião deve procurar proporcionar “ferramentas reflexivas” ou
“direções” para as questões existenciais que afligem o ser humano. Em relação a isso, acreditamos ser riquíssimo o potencial de contribuição do universo umbandista, mas, para tanto, necessitamos que muitas questões, aspectos e
interfaces entre espiritualidade umbandista e outras religiões e ciência sejam desenvolvidos, contribuindo de forma efetiva para que a religião concretize um pensamento profundo e integral em relação ao ser humano, assumindo de vez uma
postura atual e vanguardista dentro do pensamento religioso. Entre essas questões, podemos citar:

_ Um estudo aprofundado dos rituais umbandistas, não apenas em seus aspectos “magísticos”, mas também em seus sentidos culturais, psíquicos e sociais. Como uma gira de Umbanda, através de seus ritos, cantos e danças, envolve-se com o
inconsciente das pessoas? Como podem colaborar para trabalhar aspectos “primitivos” tão reprimidos em uma sociedade pós-moderna como a nossa? Como os
ritos ganham um significado coletivo, e quais são esses significados? Grandes contribuições a sociologia e a antropologia podem dar à Umbanda.

_ Uma ponte entre as ciências da mente – como a psicanálise, psicologia – e a mediunidade, utilizando-se da última também como uma forma de explorar e conhecer o inconsciente humano. Mais do que isso, os aspectos psicoterápicos de
uma gira de Umbanda e suas manifestações tão míticas-arquetípicas. Ou será que nunca perceberemos como uma gira de “erê”, por exemplo, além do trabalho espiritual realizado, muitas vezes funciona como uma sessão de psicoterapia em
grupo?

_ A mediunidade como prática de autoconhecimento e porta para momentâneos estados alterados de consciência que contribuem para o vislumbre e o alcance permanente de estágios de consciência superiores. Além disso, por que não a
prática meditativa dentro da Umbanda (?) _ prática essa tão difundida pelas religiões orientais e que pesquisas recentes dentro da neurociência demonstram de forma inequívoca seus benefícios em relação à saúde física, emocional e
mental.

_ Uma proposta bem fundamentada de integração de corpo-mente-espírito.
Contribuição muito importante tanto em relação ao bem estar do indivíduo, como também dentro da medicina, visto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) hoje admite que as doenças tenham como causas uma série de fatores dentro de um paradigma bio-psíquico-social caminhando para uma visão ainda mais holística, uma visão bio-psíquico-sócio-espiritual.

_ O estudo comparativo entre religiões, com uma proposta de tolerância e respeito as mais diversas tradições. Por seu caráter sincrético, heterodoxo e anti-fundamentalista, a Umbanda tem um exemplo prático de paz as inúmeras
questões de conflitos étnico-religiosos que existem ao redor do mundo.

_ A liberdade de pensamento e de vida que a Umbanda dá as pessoas também deveria ser mais difundido, visto que isso se adapta muito bem ao modelo de espiritualidade que surge como tendência nesse começo de século XXI. Parece-nos
que a Umbanda há muito tempo deixou de lado a velha ortodoxia religiosa de “um
único pastor e único rebanho”, para uma visão heterodoxa de se pensar espiritualidade, onde ela assume diversas formas de acordo com o estágio de desenvolvimento consciencial de cada pessoa, o que vem de encontro – por exemplo
– com as idéias universalistas de Swami Vivekananda e seu discurso de “uma Verdade/Religião própria para cada pessoa na Terra”. E a Umbanda, assim como
muitas outras religiões, pode sim desenvolver essa multiplicidade na unidade.

_ O resgate do sagrado na natureza e o respeito ao planeta como um grande organismo vivo. Na antiga tradição yorubana tínhamos um Orixá chamado Onilé, que representava a Terra planeta, a mãe Terra. Mesmo que seu culto não tenha se
preservado, tanto nos candomblés atuais como na Umbanda, através de seus outros “irmãos” Orixás, o culto a natureza é preservado e, em uma época crítica em
termos ecológicos, a visão sagrada do planeta, dos mares, dos rios, das matas, dos animais, etc - ganha uma importância ideológica muito grande e dota a espiritualidade umbandista de uma consciência ecológica necessária.

_ O desenvolvimento de uma mística dentro da Umbanda, onde elementos pré-pessoais como os mitos e o pensamento mágico-animista, possam ser trabalhados dentro da racionalidade, levando até mesmo ao desenvolvimento de
aspectos transpessoais, transracionais e trans-éticos dentro da religião. A identificação do médium em transe com o Todo através do Orixá, a trans-ética que deve reger os trabalhos magísticos de Umbanda, os insights e a lucidez
verdadeira que levam a mente para picos além da razão e do alcance da linguagem, o fim da ilusão dualista para uma real compreensão monista através da iluminação, são exemplos de aspectos transpessoais que podem ser (e faltam ser)
desenvolvidos dentro da religião.

_ Os aspectos culturais, afinal Orixá é cultura, as entidades de Umbanda são cultura o sincretismo umbandista é cultura. Umbanda é cultura e é triste perceber o descaso, seja de pessoas não adeptas, como de umbandistas, que
simplesmente não compreendem a importância cultural da Umbanda e da herança afro-indígena na construção de uma identidade nacional. A arte em suas mais
variadas expressões tem na Umbanda um rico universo de inspiração. Cabe a ela apoiar e desenvolver mais aspectos de sua arte sacra.

Essas são, ao nosso entendimento, algumas das “questões-desafios” que a Umbanda tem pela frente, principalmente por ser uma religião nova, estabelecendo-se em um mundo extremamente multifacetado como o nosso. Muito mais
poderia e com certeza deve ser discutido e desenvolvido dentro dela.

Apenas por essa introdução já se pode perceber a complexidade da questão e como é impossível ter uma resposta definitiva a respeito de tudo isso. Muitos
podem achar que o que aqui foi dito esteja muito distante da realidade dos terreiros. Mas acreditamos que a discussão é pertinente, principalmente devido ao centenário, onde muito mais que festas, deveríamos aproveitar esse momento
para uma maior aproximação de ideais e pessoas, além de uma sólida estruturação do pensamento umbandista. Esperamos em outros textos abordar de forma mais profunda e propor algumas idéias a respeito das questões e relações aqui
levantas. Esperamos também que outros umbandistas desenvolvam esses ou outros aspectos que acharem relevantes e caminhemos juntos em busca de uma espiritualidade sadia, integral e lúcida.

"Fernando Sepe''


SORRIA....VOCÊ ESTÁ SENDO IDENTIFICADO!!!!

Sign by Danasoft - For Backgrounds and Layouts

Que a força do Amor esteja sempre com você...



Não Acredite em Algo

Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.


quinta-feira, 9 de abril de 2009

PAI OGUM:TRONO MASCULINO DA LEI


Trono da Lei Masculino:

Trono da Lei Masculino: Pai Ogum

Ogum é o Orixá que atua na qualidade essencial do Ar que chamaremos de eólica. É o Pai Ordenador, direcionador, que também atua em nossas vidas com a abertura de caminhos. Sustentador da Ordem em todos os sentidos, podemos assim dizer que é a 5ª linha, Ogum irradia a Lei e estimula a ordenação. Sendo um mental multidimensional ordena a criação divina, atua no macro e o micro da mesma forma, sua irradiação chega até nós através dos sentidos. refletindo: idealização, lealdade, sustentação, movimentação, segurança e ordenação.

Podemos dizer que como um Trono Divino ele é uma potência maior e vem “descendo” e se desdobra até chegar aquele Pai Ogum que incorporamos. NINGUÉM incorpora um Ogum Maior, pois o Trono é a própria sustentação da Coroa Divina Planetária.

Dá pra imaginar um Trono da Lei “Ogum” com uma “potência” e um poder e energia muito, muito “forte”? Nós, simples humanos, não teríamos estrutura atômica para tal irradiação; praticamente “explodiríamos”. Então, se alguém disser que incorpora um Ogum Maior , simplesmente não sabe o que está dizendo.

Através do desdobramento do Trono da Lei, onde Ogum se assenta, são originados os “Seres Fatorados de Ogum” que se assentam em uma Dimensão Natural. Estes seres também chamados de Oguns Naturais ou Intermediários são os que incorporam nos médiuns. Há bilhões de Oguns Naturais.

Ogum é sinônimo de Lei Maior, ordenação divina e retidão em todos os sentidos. Ordenando: a fé, o amor, o conhecimento, a justiça, a evolução, a geração, pois isso Ogum está em todas as outras qualidades Divinas.

Ogum é força que ordena tudo e todos, e tanto está presente na estrutura de um átomo, ordenadíssima, como numa estrutura Divina do Universo, divinamente ordenado.

Sua qualidade ordena a evolução e por isso ele é tido como o senhor dos caminhos (das vias evolutivas). Seu outro aspecto está ligado à religiosidade da Lei Maior que independe de nós para ser aplicada em nossas vidas, é só sairmos do caminho RETO para sermos tolhidos de suas irradiações retas e cortantes. Nas suas irradiações retas são simbolizadas por Sete Lanças e as cortantes Sete Espadas, sua proteção “legal” pelos Sete Escudos. O seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção.

Ogum e Iansã são Regentes do Mistério Guardião e suas hierarquias não são formadas por Orixás opostos, eles formam hierarquias verticais retas ou seqüenciais, pois são regentes dos pólos positivos, dos neutros, dos tripolares e dos negativos.

Então irmãos leitores, onde estiver um Ogum, lá haverá os “olhos” da Lei atuando com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

A hierarquia reta de Ogum, dentro da Umbanda é composta de 21 Oguns intermediários Regentes dos pólos magnéticos:

Sete pólos positivos; Sete pólos são neutros, mas não são opostos aos positivos; Sete tripolares, faixa neutra que é horizontal.

As hierarquias desses Sete Oguns Naturais intermediários tripolares são gigantescas. Para que haja uma noção, podemos citar que o tripolar Ogum da Àgua projeta-se um Ogum Marinho, Ogum Sete Ondas e Ogum Beira-Mar; Ogum da Terra projeta-se em Ogum Megê, Ogum das Passagens projeta-se em Ogum de Ronda, Ogum dos Minerais projeta-se em Ogum das Pedras, Ogum do Ferro e Ogum Sete Correntes (minerais).

1º Ogum Tripolar – Ogum do Cristal (Ogum Matinata);

2º Ogum Tripolar – Ogum Mineral (Ogum Iara);

3º Ogum Tripolar – Ogum do Vegetal (Ogum Rompe Matas);

4º Ogum Tripolar – Ogum do Fogo (Ogum de Lei);

5º OgumTripolar – Ogum do Ar ( Ogum Ventania);

6º Ogum Tripolar – Ogum da Terra (Ogum Megê);

7º Ogum Tripolar – Ogum da Água (Ogum Marinho).

Oguns cósmicos ou que atuam nos pólos magnéticos que surgem do entrecruzamento das linhas de forças verticais (irradiação) com as correntes eletromagnéticas (vibrações).

1º Ogum do Tempo – regido por Oiá;

2º Ogum Sete Cobras / Sete Caminhos - regido por Oxumarê;

3º Ogum Rompe Solo – regido por Obá;

4º Ogum Rompe Nuvens – regido por Iansã;

5º Ogum Corta Fogo – regido por Egunitá;

6º Ogum Sete Lagoas – regido por Nanã;

7º Ogum Naruê – regido por Omulú.

Esses Oguns cósmicos assumiram, na Umbanda a missão de formar as linhas de “Exus de Lei”.

Sendo que o Divino Guardião Cósmico que rege a dimensão natural é MEHOR-YÊ, o Guardião Cósmico que polariza com Ogum nos pólos masculinos da linha de força que forma o mistério “Guardião da Lei”.

Podemos dizer que os Exus são sustentados pelo mistério Ogum.

Vamos agora as oferendas rituais de Pai Ogum:

- Cerveja branca, cravos vermelhos, uva rubi, figo, manga espada, velas branca, vermelha e azul escuro, tudo depositado em um campo aberto, pois seu ponto de força são todos os caminhos abertos.

Os elementos de Ogum: Espadas, adagas, lanças, escudos.

Seu minério: Ferro. As Pedras: Rubi, granada, hematita e a magnetita.

Suas ervas e folhas são: Espada de São Jorge, eucalipto, carqueja, losna, arruda (macho), folha de pitanga, aroeira, jurubeba, tansagem, etc.

Irmãos leitores, quando vocês precisarem da Potência e do Magnetismo Ogum na sua vida, ele o auxiliará na abertura de caminhos, situações de perigo, ordenando e direcionando quando se sentir sem rumo, cortando e anulando magias negativas, nos trazendo potência, força de seguir em frente e proteção em todos os sentidos.

Vou passar uma firmeza de Pai Ogum que você pode fazer em sua CASA :

3 pedras de granada pequenas, 1 pedaço de ferro, uma vela de 7 dias azul escuro, sendo feita desta forma – as pedras dispostas em triângulo, no centro a vela de 7 dias azul escura e do lado da vela o pedaço de ferro, embaixo da vela seu nome ou foto e você montará esta firmeza no seu congá ou no solo.

Vamos a evocação:

“Eu evoco a Deus Pai Todo Poderoso, sua Lei Maior, e sua Justiça Divina, ao Divino Trono da Lei, ao Divino Trono do Pai Ogum e peço por:

Proteção; Abertura de caminhos; Anulação e corte todas as demandas e magias negativas feitas contra mim; Ordenação em minha vida;

E, peço ao Pai Ogum que sua capa me cubra, que seu escudo me proteja e que sua espada da Lei me oriente nesta caminhada me mostrando sempre o caminho reto a seguir como espírito humano, que assim seja.

Faça esta firmeza e peça com muita fé e respeito que com certeza o Divino Pai Ogum o atenderá e é claro se você for merecedor.

Irmãos umbandistas que a ordenação, honra, caráter, ética e moral esteja e seja sempre presente em sua vida religiosa para que VOCÊ não “ache” que tudo é demanda, as vezes, com sua conduta (interna) você é que é a própria demanda.

Na mediunidade nada fica sem os “olhos” da Lei, isto irmãos vocês podem ter certeza que se alguém por algum motivo te prejudicou na sua evolução espiritual, saiba que este “dirigente” vai ter que prestar contas com, nada mais, nada menos, A LEI MAIOR.

Os executores sabem esperar o momento certo de cobrar os devedores da Lei.

Obrigada e um grande abraço.

Matéria extraída do JUS – JORNAL DE UMBANDA SAGRADA

Por Monica Berezutchi


segunda-feira, 6 de abril de 2009

ENTRECRUZAMENTOS DE OGUM


O Orixá Ogum representa ou se manifesta através da luta pela sobrevivência e por isso está associado a defesa de todos os reinos, além de estar diretamente associado ao início de tudo, ao novo, a conquista.

Ao encontrarmos a energia do Orixá Ogum, que é o Guardião do elemento fogo, manifestando-se no reino do Orixá Omulu, que é a terra, o chão, o solo, através do calor do sol e traduzimos isso para a calunga pequena ou cemitério, que em termos ritualísticos de Umbanda é o reino de Omulu, temos a formação do desdobramento de Ogum que chamamos de Ogum Megê. Ou seja, é o Orixá Ogum atuando na defesa do reino do Orixá Omulu em combinação vibratória com o mesmo, formando este desdobramento de Ogum. É o Ogum magista, ou seja, conquista/defesa através da magia.

Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô, encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja, combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa através da ponderação, da estratégia.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com o Orixá Oxossi, damos o nome de Ogum Rompe Mato. É o Ogum do imediatismo, ou seja, conquista/defesa através da expansão.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com a Orixá Oxum, ou seja, Ogum atuando na defesa dos rios e cascatas, damos o nome de Ogum Iara. É o Ogum da diplomacia, ou seja, conquista/defesa através da concórdia, diplomacia.

E finalmente o Orixá Ogum atuando na defesa do reino de Iemanjá, juntamente com a Orixá Iansã (ação sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulência das ondas) damos o nome a esta manifestação de Ogum Beira-Mar. É o Ogum do inesperado, ou seja, conquista/defesa através de ações inesperadas.

Uma observação importante a se fazer é que cada vez que um Orixá se desdobra por combinar-se com outro, ele absorve algumas de características do Orixá com o qual se combinou, gerando e atendendo assim outras necessidades nossas.

Especificando:

· Ogum Megê – este desdobramento de Ogum, gerado pela união dos elementos terra (Omulu) e fogo, está presente nos assuntos atinentes a desmanche de magia.

· Ogum de Lei – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a execução de justiça.

· Ogum Iara – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquistas diplomáticas.

· Ogum Rompe Mato – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos pertinentes a coisas de solução rápida, revigorantes e de conquista de espaço de maneira geral.

· Ogum Beira Mar – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquista material e de fortuna.

Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.

Em função de sua característica básica de luta e guerra, o Orixá Ogum foi associado ao planeta Marte, que rege a terça-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Ogum na Umbanda.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

SALVE PAI OGUM!!!!!


Ogum

Ogum é o Orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Trono Regente das milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

...Ogum é sinônimo de lei e ordem e seu campo de atuação é a ordenação dos processos e dos procedimentos.

...O Trono da Lei é eólico e, ao projetar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos magnéticos ocupados por Orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado por Ogum e o pólo negativo é ocupado por Iansã.

...Esta linha eólica pura dá sustentação a milhões de seres elementais do ar, até que eles estejam aptos a entrar em contato com um segundo elemento. Uns têm como segundo elemento o fogo, outros têm na água seu segundo elemento, etc.

...Portanto, na linha pura do "ar elemental" só temos Ogum e Iansã como regentes.

...Mas se estes dois Orixás são aplicadores da Lei (porque sua natureza é ordenadora), então eles se projetam e dão início às suas hierarquias naturais, que são as que nos chegam através da Umbanda.

...Os Orixás regentes destas hierarquias de Ogum e Iansã são Orixás Intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de forças da Lei.

...Saibam que Oxalá tem sete Orixás Intermediários positivos e tem outros sete negativos, que são seus opostos, e tem sete Orixás neutros; Oxum tem sete Orixás intermediárias positivas e tem outras sete negativas, que são suas opostas; Oxóssi tem sete Orixás intermediários positivos, sete negativos, que são seus opostos, e tem sete outros que formam uma hierarquia vegetal neutra e fechada ao conhecimento humano material; Xangô tem sete Orixás intermediários positivos e tem sete negativos, que são seus opostos. E o mesmo acontece com Obaluaiyê e Yemanjá.

...Agora, Ogum e Iansã são os regentes do mistério "Guardião" e suas hierarquias não são formadas por Orixás opostos em níveis vibratórios e pólos magnéticos opostos, como acontece com outros. Não, senhores!

...Ogum e Iansã formam hierarquias verticais retas ou seqüenciais, sem quebra de "estilo”, pois todos os Oguns, sejam os regentes dos pólos positivos, dos neutros ou tripolares, ou dos negativos, todos atuam da mesma forma e movidos por um único sentido: aplicadores da Lei!

...Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não se permitem uma conduta alternativa.

...Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.

...Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.Ogum é sinônimo de lei e de ordem porque ele tanto aplica a Lei quanto ordena a evolução dos seres, não permitindo que alguém tome uma direção errada. Por isso chamamos de o Senhor dos Caminhos.

...Ogum é o ar que areja o interior dos seres, livrando-os dos bolores emocionais.Ogum é o movimento contínuo e equilibrado.É o poder ordenador que se impõe (Lei), sempre que os seres se desviam de suas sendas evolutivas(caminhos).

...Simbolicamente representamos Ogum com a espada, pois quando a palavra(Oxalá) não mais se impõe, é hora da espada(Lei armada)se mostrar ameaçadora e impor a ordem aos desordenadores.

Oferenda ao pai Ogum:

... - Velas brancas, azuis e vermelhas; cerveja, vinho tinto licoroso; flores diversas e cravos, depositados nos campos, caminhos, encruzilhadas, etc.

Parte do texto retirado do Livro: O CÓDIGO DE UMBANDA

Obra psicografada por Rubens Saraceni.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...