O que normalmente chamamos de morte é uma dissolução progressiva do indivíduo, que, ao desencarnar, se defronta com uma zona de transição entre o mundo da matéria e o mundo astral, denominada túnel da triagem. Esse túnel escuro, possível de ser atravessado em frações de segundos, tem portas de entrada para o astral superior, que conduzem a zonas de repouso e regeneradoras, e portas de entrada para as zonas trevosas do astral inferior. Ao passar por esse túnel, bastam alguns segundos para que toda a vida do ser, suas idéias, seus preconceitos, seus comportamentos e suas crenças desenrolem-se como cenas de um filme. Essa aferição dará seu direcionamento ao local que habitará após o desencarne, de acordo com suas afinidades com princípios positivos luminosos ou negativos e viciados. Os vícios terrenos muitas vezes atrasam em milênios nossa caminhada evolutiva. Pai Omulu, de seu ponto de forças no campo santo (cemitério), coordena todas as almas, após o desencarne, de acordo com a Lei Maior, mantendo-as no cemitério ou encaminhando-as ao umbral (purgatório), onde também é o regente. O Senhor Omulu é o chefe de todos os executores da Lei dentro da Linha das Almas e é, ele mesmo, o verdadeiro executor dos seres que caíram, por vários motivos, e que têm de purgar os seus erros no astral inferior. Ele também recolhe os espíritos que, quando na carne, ofenderam o Criador, e que cairão nos planos sem retorno. Em todas as culturas o campo santo é considerado um lugar sagrado, onde os corpos sem vida são devolvidos ao Criador Olorum. Os mortos merecem o nosso respeito e devem ser lembrados com amor, pois tais sentimentos os auxiliarão em sua caminhada evolutiva. A obrigação de todos nós é cuidarmos da vida na carne, da melhor maneira possível, com a coragem de colocarmo-nos frente a frente com os nossos vícios, erros, desejos e anseios. É reconhecermos que somos imperfeitos e buscarmos sempre nossa melhora, envidando todos os esforços possíveis para vencermos a nós mesmos, mudarmos nossas atitudes em relação aos semelhantes e a nós, e caminharmos rumo ao Divino Criador.
"Na Umbanda, Omulu é o Orixá que tem o recurso de paralisar todo processo criativo ou gerativo que se esvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar e se negativar. Deus tanto gera como paralisa a criação que não mais atende aos seus desígnios, às suas vontades. Pai Omulu nos paralisa nos atos geradores desvirtuados, das idéias, doutrinas, projetos, desejos, faculdades sexuais, princípios, leis etc. Os atributos de Omulu são telúricos, pois é através da essência telúrica que suas irradiações nos chegam, imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos sentimentos de preservação de tudo que foi gerado pelo Divino Criador. Pai Omulu, a terra geradora da vida, é uma divindade da terra. É o orixá que rege a morte, ou seja, o desencarne, o instante da passagem do plano material para o plano espiritual, conduzindo cada um ao seu devido lugar. Omulu é a energia que se condensa em torno do fio de prata, que une o espírito e o seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro. Essa energia que rompe o fio tanto pode parti-lo rapidamente (quando a morte é natural e fulminante) como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o perispírito que já entrou em desarmonia vibratória (porque a passagem deve ser lenta), induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva. Pai Omulu atua em todas as religiões, sendo em algumas denominado de "Anjo da Morte" e em outras divindade ou "Senhor dos Mortos". É o Guardião dos Mortos e da Vida, pois paralisa todos que atentarem contra ela. É o Senhor das Almas, pois, se a Lei o ordenar, mantém os espíritos nos cemitérios após o desencarne. Ele guarda para Olorum os espíritos que, durante sua jornada terrena, fraquejaram e se entregaram à vivência de seus vícios emocionais. Mas, ele não pune ou castiga, apenas conduz cada um ao seu devido lugar logo após o desencarne. Em seu pólo negativo, é o chefe de todos os executores da Lei dentro da Linha das Almas. Omulu é o executor das almas que caíram e têm de purgar os seus erros no astral inferior, também conhecido como umbral. Esse orixá paralisa todo processo criativo ou gerativo que se negativar, se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar ou se emocionar. Ele recolhe o espírito daqueles que ofenderam ao Criador, quando na carne, e que irão para os planos sem retorno. Mas, em seu pólo positivo, ele é o puro amor divino, é a própria caridade divina no amparo dos espíritos caídos, até que os mesmos tenham se curado e retornado ao caminho reto. Podemos orar a Omolu para a cura de enfermidades. Ele atuará no nosso magnetismo, no nosso corpo energético, no nosso campo vibratório e no nosso corpo carnal, curando-nos ou possibilitando o encaminhamento ao médico que fará isso. Toda a magia envolvendo os mortos está em seu reino, o ponto de forças dos cemitérios, no embaixo, já que, no alto são regidos por nosso pai Obaluaiyê. Os povos de todas as culturas têm os seus campos santos, os cemitérios, como lugares sagrados, para onde são devolvidos os corpos já sem vida ao Doador da Vida e que não devem ser profanados. São os pontos de transição do espírito, quando deixa a matéria e passa para o plano espiritual.
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