Ao observar a sociedade, qualquer um de nós pode, de maneira atenta, perceber quantos desequilíbrios estão a nossa volta e com os quais tomamos conhecimento diariamente. A humanidade passou a aceitar com absoluta naturalidade e frieza acontecimentos dolorosos, onde circunstâncias geradas por conflitos entre Pais, Filhos, Marido e Mulher e outros afins nestes relacionamentos, alcançam repercussões substanciais na formação da moral e caráter de uma criança, adolescente e dos jovens adultos, além dos reflexos na construção da personalidade que os acompanhará por toda a vida.
O chamado “conflito de gerações” é sempre o “bode expiatório” nestes eventos, pois os mais jovens dizem-se não serem compreendidos pelos mais velhos, e em contrapartida estes últimos creditam aos jovens os mais variados conceitos para justificarem as dificuldades nestes relacionamentos.
Mas parece-me que aqui os dois pólos desta relação são prisioneiros das mesmas incompreensões, carências, medos e falta de educação que originaram-se nas necessidades que a vida moderna impõem à família. Hoje o que vemos dentro de nossos lares é um total desencontro, onde Pai e Mãe movidos pelas necessidades de sustento que a família apresenta, vêem seus filhos em breves instantes do dia e quando chegam à noite, de seu trabalho, naturalmente querem descansar, o que se compreende, mas esta ocorrência contribui sobre-maneira para a ausência do diálogo entre os membros da família, produzindo os afastamentos e tornando a convivência familiar muito mais uma obrigação a ser cumprida do que um prazer a ser vivenciado.
Um filho necessita de carinho, compreensão, ternura, atenção, cuidados e amor, mas como tudo isto pode ser uma vivência familiar quando nossos Pais estão correndo para sustentar-nos ou ainda, não receberam estes mimos de nossos Avós? Como podem dar algo que não receberam e não se prepararam para aprender a dar mesmo sem ter recebido? Quando de maneira prática a sociedade se preocupa com isto? Quando esta mesma sociedade nos oferece de maneira abundante, através dos meios de comunicação, informações e programações onde a pauta das relações familiares se assenta sempre no desequilíbrio?
Diariamente nossos lares são abastecidos com “mensagens subliminares” contidas nas “NOVELAS”, “FILMES” , “PROGRAMAS” e “TELEJORNAIS” onde é exposto ao longo de vários meses a seguinte mensagem: “é absolutamente natural filho roubar ou matar o pai, assim como o inverso também é verdadeiro”, dentre tantas outras mensagens.
Para que mudemos este estado de coisas, temos que imediatamente, procurar organizarmo-nos no sentido de prestar assistência a tantas famílias que vem enfrentando este problema. E não será com discursos apenas que mudaremos as circunstâncias instaladas em nossa sociedade, há a necessidade de atuarmos em todas as frentes que sejam possíveis.
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