Pai Nosso: - Nosso Criador, de quem todos provimos.
Que estás nos céus: - que estás tão acima de todas as criaturas humanas, tão elevado, que tens por morada o infinito, dentro do qual não te podem descobrir os nossos olhos impuros.
Santificado seja o teu nome: - que cada uma das tuas criaturas te bendiga o nome; - que, por seus atos e pensamentos, todas demonstrem até que ponto honram a poderosa fonte donde provieram; - que em seus corações nada exista capaz de ofender aquele que é a pureza absoluta.
Venha o teu reino: - que todos os homens se submetam à tua lei; - que todos conheçam e abençoem o manancial donde tiraram a existência.
A tua vontade seja feita assim na terra como no céu: - que todos os homens, submissos às leis imutáveis que lhes impuseste, as pratiquem com amor, com reconhecimento, tendo por escopo honrar-te e glorificar-te, do mesmo modo que os Espíritos bem-aventurados se submetem às tuas vontades sublimes, felizes por serem delas humildes instrumentos e executores.
Dá-nos hoje o pão de cada dia, pão que está acima de qualquer substância: - concede-nos Senhor, cada dia, os alimentos necessários à existência material que nos deste; - que esses alimentos não nos proporcionem mais do que o sustento preciso, sem contribuírem de maneira alguma para alentar os nossos apetites grosseiros; - faze, Senhor, que, sustentados por esse alimento passageiro, possamos implorar eficazmente e receber o pão de vida, único que nos levará aos pés da tua eternidade.
Perdoa as nossas dívidas como perdoamos aos nossos devedores: - que a tua bondade se estenda por sobre nós, criaturas ínfimas, sempre rebeladas contra as tuas sublimes vontades; - perdoa-nos a nós que tantas vezes temos falido e falimos a cada segundo da nossa vida; - que a tua misericórdia se derrame sobre nós, Senhor. Mas, como o amor e o perdão são lei na nossa existência, se deixarmos de a praticar, que a tua justiça se exerça sobre nós, pois nos disseste, pela boca do teu celeste enviado, nosso Mestre, governador e protetor do nosso planeta: “Amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos odeiam; abençoai os que vos amaldiçoam”. É atentando nestas palavras que te pedimos, pai de justiça, uses de represálias conosco e nos perdoes se também perdoarmos aos nossos irmãos suas faltas.
E não nos deixes entregues à tentação: - dá-nos, bom Deus, força para resistirmos aos maus instintos da nossa natureza tão má; - fortalece-nos a coragem, revigora-nos as energias tantas vezes abatidas; - que o teu pensamento erga permanente e intransponível barreira entre o pecado que tanto te desagrada e os teus servos indignos, mas desejosos de merecerem as tuas graças, a fim de que possamos levar a cabo as nossas provações terrenas, sem fraquezas nem desfalecimentos.
Livra-nos do espírito do mal: - permite, Senhor, que, cercados pelos bons Espíritos, submissos a seus conselhos, inspirações e ensinamentos, consigamos, pela pureza dos nossos corações, afastar os maus Espíritos, que tentam incessantemente apoderar-se de nós e que tão freqüentemente nos arrastam para o mau caminho; - livra-nos, Senhor, das suas perniciosas influências e concede-nos a graça de os reconduzirmos a ti, por meio dos nossos conselhos, pelo exemplo moral que colherem dos nossos atos e pensamentos e por nossas preces.
Assim seja, pois que te pertencem o reinado, o poder e a glória: - só tu, Senhor, és grande, pois que estás acima de tudo; - és o único criador de tudo que se move no espaço infinito, és onipotente na imensidade, és nosso juiz supremo, nosso soberano, nosso rei bem-amado; - a ti as homenagens dos nossos corações, a ti os nossos cânticos eternos; - faze, Senhor, que bem cedo nos seja dado unir nossas vozes às dos Espíritos bem-aventurados que celebram a tua glória, a tua grandeza e, sobretudo, a tua bondade infinita; - é este, oh! Pai Nosso, o voto que ousa exprimir aos teus pés o mais humilde dos teus filhos.
"Meditai, amados irmãos, sobre este ensinamento que, em nome e da parte do Cristo, Espírito da Verdade, vos acabamos de dar acerca da oração dominical. Estudai com o coração tudo quanto esta sublime prece inspira ao homem para se manter no bom caminho, desenvolvendo e fortificando os verdadeiros sentimentos do dever para com Deus, para com os seus irmãos e para consigo mesmo. Estudai com o coração tudo que ela encerra de amor, de reconhecimento e de submissão àquele que, desde toda a eternidade, foi, é e será Deus de bondade, de perfeições absolutas e infinitas. Que ele, o Deus de amor, vos abençoe”.
Mateus, Marcos, Lucas e João
Assistidos pelos Apóstolos.
Os Quatro Evangelhos
J.B. Roustaing.
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