Por Fernando Sepe
Esse texto é um pequeno relato da minha visão e experiência envolvendo os
animais desencarnados. É um assunto interessante, bem legal e pouco discutido
dentro da espiritualidade. Talvez porque comecei a prestar mais atenção, ou dar
mais valor, esse ano tive algumas experiências relacionadas ao tema, e é sobre
isso que irei comentar.
Primeiramente, acredito que a visão hindu de "alma - grupo" ou "espírito
coletivo", seja a melhor definição para a situação dos animais. Formigas,
abelhas, peixes, répteis, etc, todos fazem parte de um grande espírito coletivo,
onde a individualidade é, ainda, muito pequena. Vejam como esses animais são
ainda extremamente instintivos, todos tendo praticamente as mesmas reações
dentro de um grupo. Por exemplo, em um cardume, todos os peixes têm a mesma
reação e agem todos iguais perante as diversas situações, como se em verdade,
todos os peixes fossem um único espírito fragmentado em muitos outros.
Quando acontece o desencarne, o "principio" que os anima volta a integrar a alma
grupo, para logo em seguida reanimar outro animal que nasce. Isso nos leva a
crer que eles não têm um corpo astral ainda desenvolvido (eu pelo menos nunca vi
abelhas ou peixes projetados).
Já os mamíferos, em sua maioria, já apresentam um corpo astral desenvolvido e
maior individualidade. Vejamos por exemplo que existem diferenças
comportamentais em uma matilha (cachorros) ou em uma alcatéia (lobos). Isso
acontece porque a individualidade neles já é mais desenvolvida, apesar de ainda
pertencerem a um grande espírito coletivo. E assim o é até chegarmos ao homem,
que tem sua individualidade bem desenvolvida, apresentando uma infinidade de
reações e sentimentos.
Ao meu ver o homem também faz parte de uma "grande alma grupo". Na verdade, e
aqui já é um aspecto mais filosófico do tema, TUDO pertence a uma grande alma
grupo, afinal se existe um TODO que está em TUDO, assim deve ser. Caso peguemos
o paradigma monistas hindu (advaita vedanta), vemos Brahman (Deus) em tudo e
sendo tudo. Assim todas essas almas grupos das muitas espécies que existem em
nosso planeta (imagine o que existe nos outros) fazem parte de UM grande
espírito, o Criador.
Quanto ao reencarne, vida após a morte, etc, pouca coisa diferente do que já
encontra - se escrito eu poderia dizer. O que posso relatar com toda certeza é
que os mamíferos têm corpo astral, pois em mais de uma vez projetado sobre a
fazenda do meu tio (desencarnado) vi os corpos astrais dos bois da fazenda
vizinha e dos cachorros criados por minha tia. Vi também muitos outros cachorros
que não estavam encarnados, portanto eram espíritos animais e, pelo que
percebi, eram os guias dos cachorros ali presentes. Eram muito mais "lúcidos" e
comunicavam - se entre si, de um jeito que eu não entendia.
Além disso, os cães encarnados eram todos clarividentes, observando e
"conversando" diretamente com os cães desencarnados, sem a necessidade de um
médium. Esse comentário pode parecer estranho, mas caso tivéssemos a mesma
percepção desses animais, talvez a figura do médium poderia ser dispensada e
todos poderíamos ter uma confirmação da realidade espiritual através de uma
experiência direta.
Falando sobre a utilidade dos animais no astral, sinceramente nunca vi nenhum
puxando trenó, charrete, etc, como relatam alguns livros espíritas. Mas dentro
da Umbanda já percebi animais extrafísicos trazidos pelos guias espirituais. No
centro onde trabalho, assim como em outro de uma amiga minha, vi muitas vezes
grandes cachorros negros que faziam a guarda do terreiro, junto com os Exus e
Pombagiras. Do lado de fora do espaço físico criavam um cordão de isolamento,
além de terem os sentidos extremamente aguçados, captando assim qualquer
presença estranha muito rapidamente.
Muitos guias espirituais ligados à natureza, como os velhos xamãs, caboclos,
etc, trazem junto consigo animais, que às vezes podem portar uma energia
curadora, purificadora, etc. Alguns alimentam - se de energias negativas, outros
ainda têm um poderoso magnetismo a sua volta, magnetizando e energizando a tudo.
Importante não confundí - los com espíritos encarnados que tem sua forma
plasmada alterada para a de um animal, como cobras, cachorros, lobos, etc,
processo esse muito comum no baixo astral através do hipnotismo a que muitos
espíritos estão sujeitos. Muitas vezes essa forma plasmada serve como prisão ou
punição para eles.
Nunca presenciei uma "incorporação" de um animal extrafísico em uma pessoa, mas
um guia certa vez disse - me, que pode existir um acoplamento áurico entre um
animal e um encarnado, podendo esse canalizar as energias do animal em questão.
Muitos caboclos por exemplo, disse ele, trazem animais que auxiliam em seu
trabalho e quando eles incorporam em seus "cavalos", os animais também realizam
um acoplamento, sustentado e auxiliando – os também.
Por fim, falando de animais de poder na tradição xamânica, digo que o mais
importante é o simbolismo que ele traz, entendendo que esse simbolismo, apesar
de trazer algum aspecto universal, sempre traz algo pessoal e individual para a
própria pessoa. Por isso não é muito útil ler o que significa um animal de poder
em um livro, pois lá você vai encontrar seu significado universal, mas o
individual (o seu), você deve conhecer por si só.
Essas são as palavras de um xamã amparador, que apareceu para mim apenas uma vez
fora do corpo e que está nesse momento inspirando esse texto. O meu animal de
poder, por exemplo, é o falcão branco. No simbolismo universal o falcão é aquele
que traz uma mensagem, ou seja, é um aviso. Agora como meu animal de poder ele
ganha um aspecto pessoal e intransferível para outra pessoa.
O falcão é o animal que melhor enxerga, podendo focar uma presa a milhas de
distância, ou seja, ele traz uma força de concentração grande. Esse é um aspecto
que tenho que desenvolver, o de ser focado em um objetivo (presa), ter uma meta,
enxergar mais à frente.
Também é um animal conhecido pelo seu "mergulho" profundo para recolher a presa,
outro simbolismo, que aqui faz referência ao projetor astral, que projeta - se
para "baixo"(plano extrafísico denso) a fim de realizar assistência extrafísica
nas zonas umbralinas, um tipo de trabalho espiritual em que estou constantemente
envolvido.
Além disso, falcão é o símbolo de Hórus, a divindade egípcia, filha de Ísis e
Osíris. Existe toda uma egrégora sustentada pela divindade Hórus e isso é outro
simbolismo que o falcão traz para minha vida. E assim sucessivamente, contendo
muitos e muitos outros significados que nem desconfio e ainda irei descobrir com
o tempo...
A mensagem que deixo é de que os animais fazem parte da Criação, são nossos
irmãozinhos menores e devemos tratá - los com respeito e carinho. Para aqueles
que tiverem olhos para ver, mas principalmente, coração para sentir, descobrirão
que eles são capazes de sentimentos fraternos e bondosos. Aqui não entrei no
mérito do vegetarianismo ou se fomos ou não animais em milhares de anos atrás.
Isso pouco importa, o importante é vivermos bem agora, convivendo pacificamente
com eles.
Abraços a todos!
Fernando Sepe *)
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