RELIGIÃO UMBANDA

Na Umbanda não há preconceitos nem orgulho. Aprendemos com quem mais sabe e ensinamos aqueles que sabem menos.

“A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe." (H. Jackson Brownk)


Nenhum mistério resiste à fragilidade da luz.Conhecer a Umbanda é conhecer a simplicidade do Universo.

A Umbanda crê num Ser Supremo, o Deus único criador de todas as religiões monoteístas. Os Sete Orixas são emanações da Divindade, como todos os seres criados.

O propósito maior dos seres criados é a Evolução, o progresso rumo à Luz Divina. Isso se dá por meio das vidas sucessivas, a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento.

Existe uma Lei de Justiça Universal que determina, a cada um, colher o fruto de suas ações, e que é conhecida como Lei de Ação e Reação.

A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e a cada um devemos fazer o que gostaríamos que a nós fosse feito.

A Umbanda possui uma identidade própria e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles

A Umbanda está a serviço da Lei Divina, e só visa ao Bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém, ou se utilize de magia negativa, não é Umbanda.

A Umbanda não realiza, em qualquer hipótese, o sacrifício ritualístico de animais, nem utiliza quaisquer elementos destes em ritos, oferendas ou trabalhos.

A Umbanda não preceitua a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas, e sua reverência às Forcas da Natureza implica em preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra.

Todo o serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimento, consultas ou trabalhos mediúnicos. Quem cobra por serviço espiritual não é umbandista.

"Tudo melhora por fora para quem cresce por dentro."

O que a Umbanda tem a oferecer?


Hoje em dia, quando falamos em religião, os questionamentos são diversos. A principal questão levantada refere-se à função da mesma nesse início de milênio.
Tentaremos nesse texto, de forma panorâmica, levantar e propor algumas reflexões a esse respeito, tendo como foco do nosso estudo a Umbanda.

O que a religião e, mais especificamente, a religião de Umbanda, pode oferecer a uma sociedade pós-moderna como a nossa? Como ela pode contribuir junto ao ser
humano em sua busca por paz interior, desenvolvimento pessoal e auto-realização?
Quais são suas contribuições ou posições nos aspectos sociais, em relação aos
grandes problemas, paradoxos e dúvidas, que surgem na humanidade contemporânea?
Existe uma ponte entre Umbanda e ciência (?) _ algo indispensável e extremamente útil, nos dias de hoje, a estruturação de uma espiritualidade sadia.

O principal ponto de atuação de uma religião está nos aspectos subjetivos do “eu”. Antigamente, a religião estava diretamente ligada à lei, aos controles morais e definição de padrões étnicos de uma sociedade _ vide os dez mandamentos
e seu caráter legislativo, por exemplo. Hoje, mais que um padrão de comportamento, a religião deve procurar proporcionar “ferramentas reflexivas” ou
“direções” para as questões existenciais que afligem o ser humano. Em relação a isso, acreditamos ser riquíssimo o potencial de contribuição do universo umbandista, mas, para tanto, necessitamos que muitas questões, aspectos e
interfaces entre espiritualidade umbandista e outras religiões e ciência sejam desenvolvidos, contribuindo de forma efetiva para que a religião concretize um pensamento profundo e integral em relação ao ser humano, assumindo de vez uma
postura atual e vanguardista dentro do pensamento religioso. Entre essas questões, podemos citar:

_ Um estudo aprofundado dos rituais umbandistas, não apenas em seus aspectos “magísticos”, mas também em seus sentidos culturais, psíquicos e sociais. Como uma gira de Umbanda, através de seus ritos, cantos e danças, envolve-se com o
inconsciente das pessoas? Como podem colaborar para trabalhar aspectos “primitivos” tão reprimidos em uma sociedade pós-moderna como a nossa? Como os
ritos ganham um significado coletivo, e quais são esses significados? Grandes contribuições a sociologia e a antropologia podem dar à Umbanda.

_ Uma ponte entre as ciências da mente – como a psicanálise, psicologia – e a mediunidade, utilizando-se da última também como uma forma de explorar e conhecer o inconsciente humano. Mais do que isso, os aspectos psicoterápicos de
uma gira de Umbanda e suas manifestações tão míticas-arquetípicas. Ou será que nunca perceberemos como uma gira de “erê”, por exemplo, além do trabalho espiritual realizado, muitas vezes funciona como uma sessão de psicoterapia em
grupo?

_ A mediunidade como prática de autoconhecimento e porta para momentâneos estados alterados de consciência que contribuem para o vislumbre e o alcance permanente de estágios de consciência superiores. Além disso, por que não a
prática meditativa dentro da Umbanda (?) _ prática essa tão difundida pelas religiões orientais e que pesquisas recentes dentro da neurociência demonstram de forma inequívoca seus benefícios em relação à saúde física, emocional e
mental.

_ Uma proposta bem fundamentada de integração de corpo-mente-espírito.
Contribuição muito importante tanto em relação ao bem estar do indivíduo, como também dentro da medicina, visto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) hoje admite que as doenças tenham como causas uma série de fatores dentro de um paradigma bio-psíquico-social caminhando para uma visão ainda mais holística, uma visão bio-psíquico-sócio-espiritual.

_ O estudo comparativo entre religiões, com uma proposta de tolerância e respeito as mais diversas tradições. Por seu caráter sincrético, heterodoxo e anti-fundamentalista, a Umbanda tem um exemplo prático de paz as inúmeras
questões de conflitos étnico-religiosos que existem ao redor do mundo.

_ A liberdade de pensamento e de vida que a Umbanda dá as pessoas também deveria ser mais difundido, visto que isso se adapta muito bem ao modelo de espiritualidade que surge como tendência nesse começo de século XXI. Parece-nos
que a Umbanda há muito tempo deixou de lado a velha ortodoxia religiosa de “um
único pastor e único rebanho”, para uma visão heterodoxa de se pensar espiritualidade, onde ela assume diversas formas de acordo com o estágio de desenvolvimento consciencial de cada pessoa, o que vem de encontro – por exemplo
– com as idéias universalistas de Swami Vivekananda e seu discurso de “uma Verdade/Religião própria para cada pessoa na Terra”. E a Umbanda, assim como
muitas outras religiões, pode sim desenvolver essa multiplicidade na unidade.

_ O resgate do sagrado na natureza e o respeito ao planeta como um grande organismo vivo. Na antiga tradição yorubana tínhamos um Orixá chamado Onilé, que representava a Terra planeta, a mãe Terra. Mesmo que seu culto não tenha se
preservado, tanto nos candomblés atuais como na Umbanda, através de seus outros “irmãos” Orixás, o culto a natureza é preservado e, em uma época crítica em
termos ecológicos, a visão sagrada do planeta, dos mares, dos rios, das matas, dos animais, etc - ganha uma importância ideológica muito grande e dota a espiritualidade umbandista de uma consciência ecológica necessária.

_ O desenvolvimento de uma mística dentro da Umbanda, onde elementos pré-pessoais como os mitos e o pensamento mágico-animista, possam ser trabalhados dentro da racionalidade, levando até mesmo ao desenvolvimento de
aspectos transpessoais, transracionais e trans-éticos dentro da religião. A identificação do médium em transe com o Todo através do Orixá, a trans-ética que deve reger os trabalhos magísticos de Umbanda, os insights e a lucidez
verdadeira que levam a mente para picos além da razão e do alcance da linguagem, o fim da ilusão dualista para uma real compreensão monista através da iluminação, são exemplos de aspectos transpessoais que podem ser (e faltam ser)
desenvolvidos dentro da religião.

_ Os aspectos culturais, afinal Orixá é cultura, as entidades de Umbanda são cultura o sincretismo umbandista é cultura. Umbanda é cultura e é triste perceber o descaso, seja de pessoas não adeptas, como de umbandistas, que
simplesmente não compreendem a importância cultural da Umbanda e da herança afro-indígena na construção de uma identidade nacional. A arte em suas mais
variadas expressões tem na Umbanda um rico universo de inspiração. Cabe a ela apoiar e desenvolver mais aspectos de sua arte sacra.

Essas são, ao nosso entendimento, algumas das “questões-desafios” que a Umbanda tem pela frente, principalmente por ser uma religião nova, estabelecendo-se em um mundo extremamente multifacetado como o nosso. Muito mais
poderia e com certeza deve ser discutido e desenvolvido dentro dela.

Apenas por essa introdução já se pode perceber a complexidade da questão e como é impossível ter uma resposta definitiva a respeito de tudo isso. Muitos
podem achar que o que aqui foi dito esteja muito distante da realidade dos terreiros. Mas acreditamos que a discussão é pertinente, principalmente devido ao centenário, onde muito mais que festas, deveríamos aproveitar esse momento
para uma maior aproximação de ideais e pessoas, além de uma sólida estruturação do pensamento umbandista. Esperamos em outros textos abordar de forma mais profunda e propor algumas idéias a respeito das questões e relações aqui
levantas. Esperamos também que outros umbandistas desenvolvam esses ou outros aspectos que acharem relevantes e caminhemos juntos em busca de uma espiritualidade sadia, integral e lúcida.

"Fernando Sepe''


SORRIA....VOCÊ ESTÁ SENDO IDENTIFICADO!!!!

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Que a força do Amor esteja sempre com você...



Não Acredite em Algo

Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.


sábado, 9 de abril de 2011

WAGNER BORGES

 
QUANDO...
 
Quando a estrela paira à frente do coração...
O lótus das mil pétalas* brilha como nunca.
 
Quando a rosa brota no centro da estrela...
Desabrocham suas doze pétalas**.
 
Quando os iniciados espirituais se comunicam silenciosamente...
A Luz resplandece nos chacras***.
 
Quando a canção dos astros fala do Supremo...
Os iniciados se curvam diante do Grande Hierofante.
 
Quando se abrem os portais das excelsas esferas espirituais...
A rosa dentro da estrela freme de amor.
 
Quando é dia de iniciação espiritual...
Os iniciados sentem o abraço secreto do Todo****.
 
Quando se ergue o véu da Mãe Isis...
O que se vê é a Luz do Eterno.
 
Quando o olho espiritual desce do Alto...
A estrela brilha mais ainda.
 
Quando os devas***** descem nas colunas de Luz...
Os iniciados oram pelo Bem de todos.
 
Quando se vê o olhar de Jesus, por entre os planos...
O coração dos iniciados freme de Amor.
 
Quando o coração da estrela é a rosa...
A mente se dilui - e não se sabe mais o que é pensamento.
 
Quando se vê o Rabi****** secretamente orando pelo Bem de todos...
E o coração falando ao coração, não há mais nada a dizer.
 
P.S.: ah, quando é dia de iniciação, é só o silêncio que orienta.
É só o amor que nos leva...
Enquanto a rosa ri dentro da estrela...
E o coração dos iniciados exulta e faz o Céu brilhar como nunca.
Enquanto o Amor viaja pelo ar...
E nós percebemos como somos pequenos diante do infinito.
Enquanto o abraço secreto de Jesus vai abençoando a todos...
E quebrando as correntes do mal e da discórdia.
E nós apenas fazemos como os iniciados lá do Céu:
Vibramos junto com eles pelo Bem de todos.
Enquanto a rosa ri dentro da estrela...
 
(Dedicado aos estudantes espirituais que trilham a senda da Luz e que, mesmo sob o escárnio do mundo, jamais renegam a sua espiritualidade).
 
Paz e Luz.
 
- Wagner Borges –
São Paulo, 06 de abril de 2011.
 
- Notas:
* Lótus das mil pétalas – metáfora iogue para o chacra coronário, situado no topo da cabeça. Em sânscrito, ele é chamado de “Sahashara”.
** Nas práticas iogues, esotericamente se diz que o chacra cardíaco tem doze pétalas. Para mais detalhes sobre isso, favor ver o texto “Do Coração à Consciência”, postado no site do IPPB – www.ippb.org.br -, no seguinte endereço específico:
*** Chacras - do sânscrito - são os centros de força situados no corpo energético e têm como função principal a absorção de energia - prana, chi - do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.
  Os principais chacras são sete – que estão conectados com as sete glândulas que compõem o sistema endócrino: coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, umbilical, sexual e básico.
**** O Todo - expressão hermética para designar o Poder Absoluto que está em tudo. O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Grande Hierofante, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.
Quando se afirma que o Todo é o Grande Hierofante, é no sentido de que Ele é o Supremo iniciador de todos os seres, pois está em tudo!
Obs.: Hierofante - dentro do contexto das iniciações esotéricas da antiguidade, era o mestre que testava os neófitos (calouros) nas provas iniciáticas.
***** Devas – do sânscrito – divindades; seres celestes; anjos.
****** Rabi – mestre.
Obs.: esses escritos foram feitos enquanto eu dirigia uma prática com a turma de 120 participantes do grupo de estudos e assistência espiritual do IPPB. A mesma consistia na visualização de uma grande estrela prânica pairando em frente. E, dentro dela, o desabrochar de uma rosa (e, jorrando do centro da mesma - sobre a pessoa -, uma cachoeira de luz). Ao mesmo tempo, eu via, pela clarividência, um grande trabalho de assistência espiritual rolando no extrafísico. E as coisas que vi, eu não tenho como descrever facilmente. E o Amor que senti, é sem palavras.
A visualização da estrela prânica é uma prática iogue ancestral.
(Para mais detalhes sobre isso, favor ver no site do IPPB – www.ippb.org.br -, o texto "A Canção das Estrelas-Bebês", no seguinte endereço específico: http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=2322).    
E a visualização da rosa é uma prática esotérica clássica – praticada por vários grupos ocultistas -, e não tenho como expor mais detalhes sobre isso aqui.
De toda forma, deixo na sequência dois textos antigos que apresentam fortes correspondências com esses escritos de hoje e que, lidos em conjunto, poderão enriquecer a compreensão das ideias aqui expostas. Seguem-se os mesmos logo abaixo.
 
 
 
 
 
NO FOGO DO ESPÍRITO - FACE A FACE COM O INVISÍVEL
 
Face a face com o invisível, todo homem chora.
Diante do olho onipresente do Todo, não há sombras.
O iniciado espiritual sabe disso. A dor o ensinou, por muitas vezes.
Quando o seu ego era grande, tempestades corretivas o açoitaram.
Maat*, com grande generosidade, curvou seus joelhos no sal e no sangue.
E ele chorou nas areias quentes do antigo Egito, sem que os deuses o ouvissem.
No cadinho da experiência, sua arrogância foi solvida no fogo do espírito.
E, na grande hora de sua ascese, a Mãe Isis** o guiou pelos túneis escuros.
Ela trouxe acesa a tocha do amor e sorriu para ele, enchendo-o de graça.
Depois, na presença dos hierofantes***, ele aprendeu a servir à Luz.
Ali, ele abriu seu coração e chorou, mais uma vez, renascido em si mesmo.
Mas suas lágrimas eram libertárias. Eram lágrimas de agradecimento.
Sim, todo homem chora diante do olho da verdade. E seu orgulho se cala!
 
* * *
 
Em muitos voos para fora de seu corpo físico, ele viu verdades e foi testado.
Enquanto seu corpo repousava, em espírito ele era iniciado nos templos sutis.
Ele viu muitas sombras, dentro e fora de si mesmo. Mas trabalhou firme!
Em silêncio, ele orava e se fiava na Luz. Ele se lembrava da graça de Isis.
Só de pensar na Grande Mãe, seu coração se enternecia. Ela era o seu sol!
Ele aprendeu a seguir os ditames do Alto e seguiu em frente, pela Luz...
Às portas do infinito, em seu próprio coração, ele dissolveu-se num lindo amor.
Ele não era mais seu, era da Luz! E em sua fronte brilhava uma estrela espiritual.
Admirado, ele agradeceu, mais uma vez, à Mãe Isis, pelo presente brilhante.
Ele sabia que, por onde fosse, a estrela o guiaria e protegeria.
 
* * *
 
Sim, todo homem chora diante do olho espiritual. Tudo se revela na Luz!
Mas o iniciado espiritual sabe algo que o vulgo desconhece: é choro libertário.
Ele sabe que o egoísmo e o orgulho levam aos caminhos da dor.
Por isso, segue firme na trilha espiritual que escolheu servir, sem se desviar.
Em sua bagagem consciencial, ele carrega o discernimento e a simplicidade.
Em seu coração, a tocha do amor, acesa pela Mãe Isis.
Em sua fronte, uma linda estrela.
Por onde ele for, ela o guiará, como deve ser...
 
P.S.: alguns escritos, lidos no momento certo, são capazes de verter o sublime.
Então, na caverna secreta do coração, algo acontece. Algo sutil. Algo lindo.
É leve como a pluma de Maat e doce como a graça da Mãe Isis.
É como um toque da Luz no silêncio. Faz lembrar alguma coisa boa.
Faz o espírito fremir na sintonia do Eterno, além das palavras.
Faz sentir que há outros sentindo as mesmas coisas, por esse mundão de Deus...
Faz sentir ligações invisíveis, forjadas no fogo do espírito, além do vulgo.
E quem de fora poderá compreender isso?
Dentro de si mesmo, há uma certeza brilhando: há algo a mais em cada ser.
Viver é mais do que só respirar, comer, beber, dormir, copular e, um dia, morrer.
Quando o véu das ilusões é erguido, o que se vê é o infinito imanente...
Face a face com o olho da verdade, o invisível se revela, e a consciência desperta.
E quem passará incólume diante desse fogo da transformação,
Quando todo homem chora, ao ver o divino em si mesmo?
Quem compreende isso, o compreende.
Parafraseando os mestres da velha Índia, também exclamo, de coração:
"Levante-se e não se detenha mais, até alcançar a meta!"
 
(Caros leitores, agora, ao apagar das luzes desses escritos, eu entro em meu coração, e vejo vocês, desconhecidos e, ao mesmo tempo, tão conhecidos, de alguma maneira que só Deus sabe. E fico contente por isso. Com este colóquio sutil, humano e espiritual, por entre os planos e dimensões, feito do fogo do espírito e sob a ação da Luz e os auspícios do Alto).  
 
- Esses escritos são dedicados a todas as pessoas que batalham por climas melhores na existência, de todos os lugares, que, mesmo com dificuldades, ainda "respiram e aspiram" os valores de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Essas pessoas da Luz, que sabem que a grande iniciação é fazer o bem sem olhar a quem. Elas sabem que o templo real é no próprio coração. 
A elas, em espírito e verdade, as bênçãos do Grande Arquiteto Do Universo.
 
Paz e Luz.
 
- Wagner Borges - sujeito com qualidades e defeitos, discípulo de nada e mestre de coisa alguma, eterno neófito do Todo, a quem agradece, por tudo.
 
São Paulo, 07 de fevereiro de 2008.
 
- Notas:
* Maat - a deusa da justiça na cosmogonia egípcia antiga.
  Obs.: Para maiores detalhes sobre Maat, favor ver esses dois textos: "Maat" e "Olhos de Maat" -, postados no site do IPPB – www.ippb.org.br -, nos seguintes endereços específicos:
** Isis - a Grande Mãe na cosmogonia egípcia antiga, esposa de Osíris e Mãe de Hórus. A madrinha dos iniciados nos grandes arcanos.
*** Hierofantes - dentro das tradições herméticas de outrora, eram o mestres que testavam os neófitos - calouros - nos processos iniciáticos
 
 
 
 
 
ASSIM FLORESCERÃO TUAS ROSAS...
 
- por Huiracocha -
 
Busca o ESSENCIAL.
Sabes tu o que é o ESSENCIAL, querido leitor?
Escuta... Todas as coisas da Natureza, tudo o que vês, todas as formas condensadas, e ainda aquelas que tua pobre retina não divisa, têm um ponto essencial, uma substância íntima, um espírito alado, sutil, pelo qual vivem e se desenvolvem.
Para além disso, todo o resto é secundário. Não inútil, porque a inutilidade não existe dentro da Magna Obra do Universo. São meios, veículos, portadores, se queres o essencial.
O meio é perecível; pertence à nossa Terra.
O essencial é eterno; pertence ao céu do nosso espírito.
Busca, portanto, o ESSENCIAL!
Se, para isso, tu aceitas as sete regras seguintes, aprendendo-as e praticando-as, tua cruz será mais leve, e a rosa te emprestará o seu sagrado perfume.
 
1. Leva, em todos os teus atos, uma meta. Em todas as coisas, um fim. E que estes sejam o de descobrir o ESSENCIAL. Presta toda tua atenção nisso e toma por instrumentos o útil e o nobre, o bom e o belo, para consegui-lo, e não desistas diante dos obstáculos que se interponham.
ASSIM FLORESCERÃO AS ROSAS SOBRE TUA CRUZ.
 
2. Alegra-te! Que o contentamento e a alegria rebordem por todos os poros de tua alma, até pelas mínimas impressões, e te encham de prazer íntimo. Tua essência é divina, e Deus está em tudo o que existe. Percebe o ESSENCIAL, ainda que presente no menor dos organismos.
ASSIM FLORESCERÃO AS ROSAS SOBRE TUA CRUZ.
 
3. Aprende a respeitar a opinião sincera dos demais. Se discordares, expõe a tua opinião, com bom senso e respeito, porém sem nunca desprezar a dos outros. O ESSENCIAL, o divino, também fala pelos demais homens, e é só questão de evolução que se aproxime, mais ou menos, da verdade.
ASSIM FLORESCERÃO AS ROSAS SOBRE TUA CRUZ.
 
4. Sai diariamente ao ar livre e admira a Natureza. Alegra-te e regozija-te com o sol, o céu, o ambiente, as flores e o pequeno inseto que se arrasta sobre a terra. Observa que a divindade está em tudo o que existe e, em aberto, está o ESSENCIAL.
ASSIM FLORESCERÃO AS ROSAS SOBRE TUA CRUZ.
 
5. Sê fiel para os teus amigos, e assim terás amigos fiéis, porque tu estás dentro deles. Ainda que sejas uma entidade separada e individualizada, não és mais do que expressão e expansão do Divino. Medita nisso, e ajusta o teu comportamento a essa compreensão; busca ali o ESSENCIAL.
ASSIM FLORESCERÃO AS ROSAS SOBRE TUA CRUZ.
 
6. Relaciona-te com todas as pessoas; porém, dá preferência àquelas que saibam mais do que tu, para extrair deles a substância do que têm aprendido. Então, tu os conhecerás e os amarás, e tua observação te fará ver que são como tu mesmo; porém, que o ESSENCIAL é o que sabem, e que tu não sabes.
ASSIM FLORESCERÃO AS ROSAS SOBRE TUA CRUZ.
 
7. Concentra-te todos os dias. Observa se tua atenção tem ficado apenas em coisas secundárias. Realiza sempre um exame de consciência e responde a ti mesmo. Se não te foi possível estar atento ao ESSENCIAL, cuida de emendar-te, para buscar todos os dias essa essência divina, que está em tudo o que existe. Assim, tu progredirás e serás feliz.
ASSIM FLORESCERÃO AS ROSAS SOBRE TUA CRUZ.
 
(Texto extraído do livro "Rosa Esotérica" - Editorial Kier - Argentina - Traduzido e adaptado por Wagner Borges e Simone Schumacher).
 
- Nota de Wagner Borges: Huiracocha é o pseudônimo do ocultista alemão Arnold Krumm-Heller (1876-1949). O seu livro "Rosa Esotérica" é um clássico da literatura ocultista da primeira metade do século 20. Ele mudou-se muito jovem da Alemanha para o México. Posteriormente, mudou-se para o Chile. Viajou muito e foi muito considerado nos meios ocultistas de sua época, não somente na América do Sul, mas também na Europa. Fez parte de muitos grupos esotéricos; foi maçom e rosa-cruz. Seus escritos místicos são muito inspirados.
 

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