
Saudações irmãos leitores! Neste mês de novembro, no dia 02 temos tradicionalmente o dia de finados (mortos), esta data tem todo um significado religioso para os cristãos, porém devido o sincretismo presente na Umbanda esta data nos têm grande importância, é a data em que louvamos a força do Divino Orixá Pai Omulu, Senhor da Morte e das transições no Universo. De forma geral a Umbanda em sua doutrinação se apega intensamente na vida, ou seja, em como devemos nos comportar enquanto encarnados para então quando chegar à hora do desencarne poder garantir um bom lugar nas esferas espirituais. Hoje vou comentar sobre a visão de morte e a importância da mesma sendo que cultuamos uma divindade regente deste sentido da vida. Para a Umbanda a Morte do corpo físico não é o fim da Vida, entende-se apenas como o fim de um ciclo, ou seja, passagem encarnatória, após o ato de morte física do ser desencarnado, este será encaminhado para uma esfera espiritual condizente com seus atos e vibração emocional acumulada durante a passagem no corpo físico. Aqui, no plano físico, estamos numa esfera neutra ou mista, onde tudo se encontra, sem distinção. Já no plano astral os seres vivem em realidades dimensionais pertinentes ás suas condições emocionais e vibracionais. Logo, se vibras ódio, um lugar com seres odiosos será sua morada, se vibras o amor, sua morada será um lugar agradável, é como diz Saint Exupéry em sua obra O Pequeno Príncipe: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" , é exatamente isto, nós somos aquilo que criamos ao nosso redor e a realidade que desenvolvemos é a que levamos além do pós morte. Então nada se acaba com o fim da vida física, quando o corpo perece este é o fim de uma etapa e o inicio de outra, morremos para o mundo físico e renascemos para o mundo espiritual. Assim é o contrário, quando reencarnamos, “morremos” para a vida no plano etérico e nascemos para o plano físico. O Umbandista deve se preocupar com o que cria na sua vida, pois já pode desconfiar do resultado no desencarne. A Umbanda não crê em ressurreição, como não crê num salvador ou messias resgatador de seu rebanho, uma vez que ela prega a transcendência individual que cada ser deve alcançar, ninguém fará nada por ninguém, cada qual com seu quinhão. No entanto a crença no reencarne é a explicação do resgate dos débitos e aprendizado constante do ser. No dia de finados é fundamental que o Umbandista ao realizar o culto ao Divino Orixá Pai Omulu, vibre seus pensamentos nos antepassados, seus parentes desencarnados, solicitando ao Pai Omulu que ilumine a todos, pois se algum antepassado estiver precisando de ajuda por estar perdido nas questões emocionais e ainda não ter alcançado a luz, pode ser oportuno de acontecer este resgate e aquele que já esteja em situações privilegiadas então se sentirá gratificado pelas vibrações, além de ser o momento de demonstrar gratidão aos antepassados que promoveram a sua passagem presente. O culto ao Orixá Omulu, é o momento de exaltação da Divindade e o que o mesmo representa, pois como entendemos que ele é a Divindade do “fim”, logo ele não está presente apenas na tão temida morte física gerando uma imagem temerosa em relação a este Orixá. Sua vibração se faz presente centenas de vezes durante nossa vida, por exemplo, o fim de um relacionamento amoroso é o rompimento de cordões emocionais e fim de um ciclo de convivência entre duas pessoas, neste momento de finalização lá está presente a vibração deste Orixá para encaminhar os envolvidos em seus caminhos individuais, também posso citar mudança de emprego, de moradia, fim de amizades etc, sempre em situações principalmente de rompimentos ou encerramentos de ciclos é esta vibração divina que se faz presente na vida dos envolvidos. Mesmo ficando a cargo de cada um a colheita necessária após o desencarne, a Umbanda tem na Cerimônia Fúnebre a preocupação de garantir que o espírito desencarnado fique a cargo da Lei Divina e não tenha problemas maiores com ataques de espíritos negativos. Cito aqui um procedimento e o comento. O Funeral Umbandista é dividido em duas partes, purificação do corpo e do espírito que acontece somente com a presença do Sacerdote, ajudante e um parente e depois a cerimônia social para encomenda do espírito realizada no velório e no túmulo.
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