domingo, 2 de janeiro de 2011

‘Professar a própria fé é um direito de todos’


No Jornal da Tarde, de 1 de janeiro de 2011, saiu um debate entre os líderes de 7 religiões em 2 páginas inteiras, 6A e 7A, além da foto dos líderes, na capa, com a chamada: "Em paz, líderes falam de religião".

Os líderes são:

Pai Cássio Lopes Ribeiro - presidente da Federação de Umbanda e Cultos afro-Brasileiros de Diadema
Julia Nezu - vice-presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo
Monja Coen - abadessa da Comunidade Zen Budista
Padre Cido Pereira - do Vicariato de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo
Reverendo Elias de Andrade Pinto - da Igreja Presbiteriana Independente
Xeque Jihad Hassan Hamadeh - presidente do conselho de ética da União Nacional Islâmica
Rabino Alexandre Leone - da Comunidade Judaica de Alphaville (Bnei Chalutzim)


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Conversa entre amigos - (pág 6A)

Por Suzane G. Frutuoso

Líderes de sete religiões se encontraram no JT para debater ideias e mostrar as semelhanças entre suas crenças. O difícil, admitem, é transformar o diálogo inter-religioso em ações que sirvam de exemplo para seus seguidores.


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‘Professar a própria fé é um direito de todos’




A advogada Juliana Ogawa é membro da Comissão de Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e acompanhou o encontro entre líderes religiosos no JT. Ela concedeu a seguinte entrevista:
O que pode unir as religiões?
Valores religiosos, apesar de diferentes, são próximos. Ainda que as pessoas façam uma leitura própria, em essência, encontraremos o amor, o respeito, a liberdade, a esperança e uma missão maior de ser agente de uma cultura de paz. O assunto deve ser tratado de maneira séria.
Ainda há muito preconceito contra as diferentes crenças?
Sim. Milhares de pessoas sofrem diariamente discriminação por causa da fé que escolheram. É um grande desafio para a humanidade acabar com isso. Porque professar a própria fé é um direito de todos. É o que a Constituição nos garante. Assim como é um dever respeitar a escolha de aderir a uma fé por sentimento, sofrimento e alegrias.
Pode dar exemplos de casos de discriminação?
Hoje, muitos templos são apedrejados, fiéis são ofendidos… Vários segmentos sofrem essas ofensas. Eu acho que ainda temos muito o que avançar no diálogo entre religiões. Se avançou pouco, na minha opinião.
Qual o papel da mídia na construção do entendimento entre as religiões?
A mídia tem um papel fundamental de comunicar de maneira construtiva. E não acirrar a luta que existe entre as diferentes crenças.
Qual sua opinião sobre o uso do tema religião na campanha política?
Foi um teatro deplorável. Mas esse debate teve um aspecto positivo. As pessoas entenderam que a questão religiosa é relevante. Talvez, traga um novo foco na discussão da inter-religiosidade e a certeza de que não se pode manipular o sentimento religioso das pessoas.
O ateísmo faz parte dos debates religiosos?
Sim. Na Comissão temos um ateu porque a liberdade de crer inclui a liberdade de não crer. E é um grupo que sofre muito preconceito.


http://blogs.estadao.com.br/tj-cidades/professar-a-propria-fe-e-um-direito-de-todos/


http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/category/comportamento/

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