segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O POVO DO ORIENTE




Os Mestres do Oriente trabalham em diversas religiões, inclusive na Umbanda. São muito discretos em sua forma de se apresentar e trabalhar, e estas formas mudam de acordo com a religião ou local em que irão atuar. São espíritos de grande conhecimento, seriedade e elevação espiritual. Alguns deles não demonstram muito sentimento, mas mesmo assim têm muita vontade de ajudar ao próximo, com o tempo tendem a evoluir também para um sentimento maior de amor ao próximo.
São extremamente práticos não aceitando conversas banais ou ficar se estendendo a assuntos que vão além de sua competência ou nos quais não podem interferir, pois não são guias de consulta no sentido ao qual estamos habituados na Umbanda.

Para se ter uma idéia melhor, sua consulta seria o pólo oposto à consulta com um Preto Velho. Normalmente os pretos velhos dão consultas longas, cheias de ensinamentos de histórias, apelando bem para o lado emocional. Já os Mentores de Cura, se dirigem ao raciocínio, buscam fazer o encarnado compreender bem as causas de suas enfermidades e a necessidade de mudança nessas causas, bem como a necessidade de seguirem à risca os tratamentos indicados. Quando precisam passar algum ensinamento o fazem em frases curtas e cheias de significado, daquelas que dão margem à longas meditações.

São espíritos que quando encarnados foram: Médicos, Enfermeiros, Boticários, Orientais (que exercem sua própria medicina desde bem antes das civilizações ocidentais), Religiosos (monges, freis, padres, freiras, etc.), ou exerceram qualquer outra atividade ligada a cura das enfermidades dos seres humanos, seja por métodos físicos, científicos ou espirituais.



A Linha do Oriente na Umbanda

A Linha do Oriente é parte da herança da Umbanda brasileira. Ela é composta por inúmeras entidades, classificadas em sete falanges e maioritariamente de origem oriental. Apesar disso, muitos espíritos desta Linha podem apresentar-se como caboclos ou pretos velhos.
O Caboclo Timbirí (caboclo japonęs) e Pai Jacó (Jacob do Oriente, um preto velho bastante versado na Cabala Hebraica), săo os casos mais conhecidos. Hoje em dia, ganha força o culto do Caboclo Pena de Pavăo, entidade que trabalha com as forças espirituais divinas de origem indiana.
Mas nem todos os espíritos săo orientais no sentido comum da palavra. Esta Linha procurou abrigar as mais diversas entidades, que a princípio năo se encaixavam na matriz formadora do brasileiro (índio, portuguęs e africano).
A Linha do Oriente foi muito popular de 1950 a 1960, quando as tradiçőes budistas e hindus se firmaram entre o povo brasileiro. Os imigrantes chineses e japoneses, sobretudo, passaram a freqüentar a Umbanda e trouxeram seus ancestrais e costumes mágicos.
Antes destas datas, também era comum nesta Linha a presença dos queridos espíritos ciganos, que possuem origem oriental. Mas tamanha foi a simpatia do povo umbandista por estas entidades, que os espíritos criaram uma “Linha” independente de trabalho, com sua própria hierarquia, magia e ensinamentos. Hoje a influęncia do Povo Cigano cresce cada vez mais dentro da Umbanda.

Existem muitas maneiras de classificar esta Linha e este pequeno artigo, năo pretende colocar uma ordem na maneira dos umbandistas estudarem esta vertente de trabalho espiritual. Deixo a palavra final para os mais velhos e sábios, desta belíssima e diversificada religiăo. Coloco aqui algumas instruçőes que colhi com adeptos e médiuns afinados com a Linha do Oriente.
Namaste e Salve o Oriente!




CARACTERÍSTICAS DA LINHA DO ORIENTE:

• Lugares preferidos para oferendas: As entidades gostam de colinas descampadas, praias desertas, jardins reservados (mas também recebem oferendas nas matas e santuários ou congás domésticos).

• Cores das velas: Rosa, amarela, azul clara, alaranjada ou branca.

• Bebidas: Suco de morango, suco de abacaxi, água com mel, cerveja e vinho doce branco ou tinto.

• Tabaco: Fumo para cachimbo ou charuto.Também utilizam cigarro de cravo.

• Ervas e Flores: Alfazema, todas as flores que sejam brancas, palmas amarelas, monsenhor branco, monsenhor amarelo.

• Essęncias: Alfazema, olíbano, ben¬joim, mirra, sândalo e tâmara.

• Pedras: Citrino, quartzo rutilado, topázio imperial (citrino tornado amarelo por aquecimento) e topázio.

• Dia da semana recomendado para o culto e oferendas semanais: Quinta-feira.

• Lua recomendada (para oferenda mensal): Segundo dia do quarto minguante ou primeiro dia da Lua Cheia.

• Guias ou colares: Colar com cento e oito contas (108), sendo 54 brancas e 54 amarelas. Enfiar seqüencialmente uma branca e uma amarela. Fechar com firma branca. As entidades indianas também utilizam o rosário de sândalo ou tulasi de 108 contas (japa mala). Algumas criam suas próprias guias, segundo o mistério que trabalham.


CLASSIFICAÇĂO DA LINHA DO ORIENTE

Suas Falanges, Espíritos e Chefes:

01 - Falange dos Indianos:
Espíritos de antigos sacerdotes, mestres, yogues e etc. Um de seus mais conhecidos integrantes é Ramatis. Está sob a chefia de Pai Zartu.

02 - Falange dos Árabes e Turcos:
Espíritos de mouros, guerreiros nômades do deserto (tuaregs), sábios marroquinos, etc... A maioria é muçulmana. Uma Legiăo está composta de rabinos, cabalistas e mestres judeus que ensinam dentro da Umbanda a misteriosa Cabala. Está sob a chefia de Pai Jimbaruę.

03 - Falange dos Chineses, Mongóis e outros Povos do Oriente:
Espíritos de chineses, tibetanos, japoneses, mongóis, etc. Curiosamente, uma Legiăo está integrada por espíritos de origem esquimó, que trabalham muito bem no desmanche de demandas e feitiços de magia negra. Sob a chefia de Pai Ory do Oriente.

04 - Falange dos Egípcios:
Espíritos de antigos sacerdotes, sacerdotisas e magos de origem egípcia antiga. Sob a chefia de Pai Inhoaraí.

O5 - Falange dos Maias, Toltecas, Astecas e Incas:
Espíritos de xamăs, chefes e guerreiros destes povos. Sob a chefia de Pai Itaraiaci.

06 - Falange dos Europeus:
Năo săo propriamente do Oriente, mas integram esta Linha que é bastante sincrética. Espíritos de sábios, magos, mestres e velhos guerreiros de origem européia: romanos, gauleses, ingleses, escandinavos, etc. Sob a chefia do Imperador Marcus I.

07 - Falange dos Médicos e Sábios:
Os espíritos desta Falange săo especializados na arte da cura, que é integrada por médicos e terapeutas de diversas origens. Sob a chefia de Pai José de Arimatéia.

ALGUNS PONTOS CANTADOS E SUA MAGIA
Aqui reproduzo alguns Pontos Cantados, mas destaco a sua eficácia mântrica e năo somente invocatória. Ou seja, nesta Linha os Pontos podem ser usados como mantras com finalidades específicas, independente de servirem para chamar as entidades para o trabalho de caridade no Centro ou Terreiro. Neste caso, os Pontos devem ser acompanhados das respectivas oferendas (veja abaixo).

PONTO DO POVO HINDU
• para afastar energias negativas diversas.
Oferenda: velas amarelas – 3, 5 ou 7, flores amarelas ou brancas e incenso de flores (rosa, verbena, etc...), colocados dentro de uma estrela de seis pontas, hexagrama, traçada no chăo com pemba amarela.

Ory já vem,
Já vem do oriente
A bençăo, meu pai,
Proteçăo para a nossa gente.
A bençăo, meu pai,
Proteçăo para a nossa gente.


PONTO DO POVO TURCO

• para afastar os inimigos pessoais ou da religiăo umbandista.
Oferenda: velas brancas – 3, 5 ou 7 e charutos fortes, dentro de uma estrela de cinco pontas, pentagrama, traçado no chăo com pemba branca. Jamais ofereça bebida alcoólica a este Povo.
Tá fumando tanarim,
Tá tocando maracá.
Meus camaradas, ajudai-me a cantar,
Ai minha gente, flor de orirí
Ai minha gente, flor de orirí.
Em cima da pedra
Meu pai vai passear, orirí.

PONTO DO POVO ESQUIMÓ
- para afastar os inimigos ocultos e destruir forças maléficas.
Oferenda: velas rosas – 3, 5 ou 7, pedacinhos de peixe defumado em um alguidar, tudo dentro de um círculo traçado no chăo com pemba rosa.

Salve o Polo Norte
Onde tudo tudo é gelado,
Salve Povo Esquimó
Que vem de Aruanda dar o recado.
Salve a Groenlândia,
Salve Povo Esquimó
Que conhece a lei de Umbanda.

PONTO DO POVO GAULĘS
• para as lutas e necessidades diárias.
Oferenda: velas brancas – 3, 5 ou 7, cerveja branca ou vinho tinto, tudo dentro de uma cruz traçada no chăo com pemba verde.

Gauleses, Oh gauleses,
Somos guerreiros gauleses.
Gauleses, Oh gauleses
Săo Miguel está chamando.
Gauleses, Oh gauleses,
Somos guerreiros de Umbanda,
Gauleses, Oh gauleses,
Vamos vencer demanda.

PONTO DO POVO ASTECA
• para buscar a sabedoria espiritual.
Oferenda : nove velas alaranjadas, milho, fumo picado, tudo dentro de um círculo traçado no chăo com pemba branca.

Asteca vem, Asteca vai
Nosso povo é valente,
Tomba, tomba e năo cai...
(cantar nove vezes)

PONTO DO POVO CHINĘS
• para proteçăo diante de situaçőes muito graves.
Oferendas: sete velas vermelhas (é a cor preferida deste Povo), arroz cozido sem sal, vinho branco, tudo dentro de um círculo traçado no chăo com pemba vermelha.

Os caminhos estăo fechados
Foi meu povo quem fechou,
Saravá Buda e Confúcio
Saravá meu Pai Xangô.
Saravá Povo Chinęs,
Que trabalha direitinho,
Saravá lei de Quimbanda,
Saravá, eu fecho caminho.

Curioso Ponto Cantado do Caboclo Tim¬birí – onde ele afirma sua origem japonesa.

ANTIGO PONTO DE TIMBIRÍ

Marinheiro, marinheiro,
olha as costas do mar...
É o japones, é o japones !
Olha as costas do mar.
Que vem do Oriente !





A Falange dos Médicos do Astral

( Também chamado de “ Trabalho de Oriente” )
Em nosso Templo esse trabalho é coordenado no astral pelos falangeiros de S.Francisco de Assis

( EDMUNDO PELIZZARI )

Vamos estudar um pouco, uma Falange bem conhecida de ntro da Umbanda, relacionada com a Linha do Oriente e normalmente colocada na sétima hierarquia da mesma: a Falange dos Médicos ou Curadores.
Comandada pelo sábio José de Arimatéia (Yosef Ha-Aramataiym em hebraico), um discípulo oculto do Mestre Jesus, ela agrupa inúmeros terapeutas do corpo e da alma.
Tradições ocultas nos contam que José, um rico membro do tribunal rabínico de Jerusalém, depois de conseguir um lugar para Jesus sersepultado, viajou para o Ocidente trazendo o Santo Graal.
Ele teria aportado nas costas britânicas com alguns discí¬pulos, salvando o objeto mais precioso do Cristianismo. José de Arimatéia, ao chegar onde hoje é a Inglaterra no ano de 36 D.C., encontrou lá os poderosos sacerdotes druidas e fez uma especial troca de ensinamentos e segredos esotéricos.

Desde então, uma misteriosa escola nasceu e continuou pelos séculos. A Umbanda brasileira, legítima herdeira do esoterismo cristão, também trabalha espiritualmente com esta herança.
A Linha do Oriente, que contém a Falange de José e a Falange dos Europeus demonstra esta riqueza admirável.
A Falange dos Médicos do Astral é uma egrégora composta de centenas de trabalhadores espirituais. Na maioria das vezes, eles foram em suas últimas vidas, médicos, curandeiros, raizeiros, benzedores e rezadores. Este exército de caridade é classificado em sete agrupamentos ou Legiões (alguns as chamam de Povos).

I – LEGIÃO DOS DOUTORES OU MÉDICOS:
Composta por doutores da medicina ocidental convencional ou ho¬meopatas : Dr. André Luiz, Dr. Ro dolfo de Almeida, Dr. João Correia, Dr. José Gregório Hernan déz, entre outros.

II – LEGIÃO DOS MÉDICOS ORIENTAIS:
Terapeutas orientais, especialistas em fitoterapia, acupuntura, massagem e nas principais disciplinas médicas tradicionais da Ásia: Ramatis, Mestre Agastyar, Babaji.

III – LEGIÃO DOS CURANDEIROS:
Curandeiros e Xamãs nativos das Américas, África e Oceania : caboclos e pretos velhos, feiticeiros tradicionais, alguns exus – como o Exu Curador, Seu Maramael.

IV – LEGIÃO DOS REZADORES:
Rezadores, benzedores e os praticantes da medicina religiosa ou espiritual. Aqui encontramos todo os que curavam pela imposição das mãos, fé e oração : Pai João Maria de Agostinho, Pai João de Camargo, Vó Nhá Chi ca, Mestre Philippe de Lyon, Abade Julio.


V – LEGIÃO DOS RAIZEIROS
Praticantes da medicina folclórica e mágica regional. São os mestres juremeiros brasileiros, os ervateiros ou chamarreiros das Américas e todos os especialistas na flora, fauna e minerais curativos: Dom Nicanor Ochoa, Mestre Inácio, Mestre Carlos de Oli¬veira, Mestre Rei Heron.
VI – LEGIÃO DOS CABALISTAS E ALQUIMISTAS:
Espíritos dos velhos cabalistas e alquimistas, conhecedores dos segredos das plantas e cristais : Pai Isaac da Fonseca (primeiro cabalista brasileiro), Nicolau Flamel, Paracel sus, Pai Jacó.
VII – LEGIÃO DOS SANTOS CURADORES:
Santos católicos celebrados como médicos, curandeiros ou especialistas na cura de alguma doença : Santa Luzia – olhos, Santa Ágata – seios, São Lazaro – doenças de pele, São Bento – envenenamentos.
Extraído do Templo de Umbanda



http://trupiqueinataubinha.blogspot.com/2008/04/linha-do-oriente-na-umbanda.html

http://www.seteluzesdivinas.org/index.php?option=com_content&view=article&id=30&Itemid=30

http://estudoreligioso.wordpress.com/category/povo-do-oriente/

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