DILUINDO AS ONDAS CINZENTAS – II*
(E Projetando Luz nas Ruínas, de Dentro e de Fora...)
Muitas vezes, espíritos sofredores entram em lugares abandonados e casas em ruínas e se instalam ali - e, também, nas fábricas abandonadas e prédios obscuros.
Eles gostam de ambientes assim, sem claridade, porque sabem que outras pessoas não irão até lá. E por que eles ficam nesses locais?...
Porque eles sabem que ali poderão ficar nas sombras, recolhidos em si mesmos, da mesma forma que já o faziam quando encarnados, quando não enfrentavam os próprios problemas; quando se recolhiam com medo da luz do esclarecimento e fugiam para dentro de si mesmos, nas sombras de seu ego.
Desencarnados e de frente consigo mesmos, ainda tentam fugir, e se escondem em locais estranhos - como já faziam nos locais obscuros de sua própria mente, quando encarnados. Eles ficam escondidos, com medo da Luz, com medo do encontro consigo mesmos, presos em campos psíquicos cheios de formas mentais estranhas, relativas ao passado, ao apego e ao pesar de tantas coisas não resolvidas e não encaradas, de frente. E, por isso, sofrem nos lugares obscuros...
Em contrapartida, outros preferem lugares frequentados por multidões; locais onde o cheiro do álcool é abundante, locais com cheiro de fumo e, quiçá, locais com atmosfera de drogas. Eles fluem para ali porque esta também é uma forma de fugir de si mesmos, inalando o vapor que dopa os seus sentidos astrais, nas energias dos encarnados correspondentes aos seus próprios vícios.
Muitas vezes, encontramos estas entidades sofredoras nos lares das pessoas “aparentemente de bem", mas que brigam muito e não têm ambiente de harmonia.
Infelizmente, encontramos esses ambientes obscuros também nos lares, assim como os encontramos nas ruínas... Porém, esses espíritos sofredores não suportam permanecer em ambientes pacíficos, luminosos e serenos, porque a quietude os força a ir para dentro. E, aí, eles se encontram consigo mesmos - e é esse encontro que eles tentam evitar.
Naturalmente que os ambientes serenos, tranquilos e elevados espiritualmente estão protegidos da entrada de entidades sofredoras. Por isso, a importância da irradiação de energias positivas no lar, a realização de preces, ou a concentração nos mantras benfeitores; a audição de músicas virtuosas e a emanação de pensamentos sadios e de harmonia no lar...
A importância de lembrar-se diariamente do próprio Espírito, da própria Luz; a importância de não se deixar engolfar pelo materialismo alienante e envolvente, e de não se deixar levar pelas emoções circunstanciais e por aquilo que a multidão fala ou pensa naquele momento... A importância de ter um centro próprio de referência e consciência, um centro de vontade plena, que decida por si mesmo o próprio rumo da vida; a capacidade de ponderar e se disciplinar naturalmente nas coisas da Luz.
E, também, a noção correta da participação em reuniões virtuosas, que formam campos luminosos (egrégoras**), que se propagam no Invisível e chegam aos lugares escuros e, gradativamente, vão expondo aquilo que está escondido.
Energias que fluem, por Amor... Que seguem por entre os diversos planos, limpando, lavando, iluminando, elevando, e abrindo portais espirituais que recolhem os sofredores, aqui mesmo, ou em outros lugares, sempre sob o comando do Alto, pela ação de seres de Luz que jamais aparecem e que sempre sustentam o trabalho de assistência espiritual.
E ninguém os vê, porque são consciências elevadíssimas e que operam em níveis altamente sutis. Eles é que são os verdadeiros sustentadores de todos os trabalhos, sempre em nome do Alto, sempre em nome do “Poder Maior Que Gera a Vida” - o Amor que Gera o Amor, e faz a Vida acontecer...
Há entidades nas ruínas, nas multidões e nos lares, e tudo isso é sintonia...
Ponderem sobre isso e observem o clima de disputa que há nos próprios lares, onde, às vezes, estão reencarnados antigos desafetos do passado, como filhos e parceiros, sob o mesmo teto. Observem o clima de competição entre casais e ponderem bem: o que isso atrai? E observem o medo, que, muitas vezes, leva as pessoas a deixarem de amar, ou de se abrirem para um grande amor, ou mesmo de deixarem passar a vida...
Tudo isso por medo do Amor, assim como, as entidades sofredoras têm medo da Luz - e também do Amor -, e, por isso, jamais se encontram.
E, como vocês mesmos sabem, os iniciados espirituais de todas as eras sempre trabalharam nas iniciações para se encontrarem com sua própria essência, por dentro, e, por conseguinte, o TODO, neles mesmos.
Por isso, não fujam do encontro real, aquele consigo mesmos... Sigam apaziguando as emoções, por dentro, e abrindo os sentimentos reais, fazendo, então, com que eles dissolvam as camadas emocionais grosseiras, que bloqueiam o Amor, para dissolução do medo de amar e do medo da Luz.
E que, na jornada de cada um, a Luz esteja sempre presente, iluminando as trilhas dos corações. E, num planeta sofrido como este, de provas e expiações, quem já anda com um pouco de Luz em si mesmo, já consegue iluminar o caminho para os outros que estão nas ruínas - de fora e de dentro.
Os espíritos viciados em energias sujas, que se drogam em ambientes noturnos, densos, fazem isso porque a verdadeira droga é o vazio existencial deles mesmos. Isso os leva a consumir as energias dos viciados encarnados. E os outros que estão nos lares aproveitando o clima de brigas, também denotam a falta de espiritualidade que já existe dentro deles mesmos.
Então, o que nós temos? Uma humanidade sofrida - e uma humanidade extrafísica sofrida, atrelada espiritualmente -, ambas em ruínas, externas e internas. E a cura é a reconstrução da Luz, no físico e no extrafísico.
Ou seja, projetar Luz e construir um novo prédio, luminoso, consciente, sensato, coerente e benfeitor... E isso está ao alcance de todas as pessoas que se dispõem a trabalhar, a estudar e a enfrentar a própria inércia, como deve ser; como iniciados na Luz, como estudantes espirituais corajosos, que enfrentam a si mesmos e, assim, enfrentam o medo do Amor e iluminam as ruínas de dentro; que constroem novos prédios e seguem em frente, na direção das cidades luminosas, que não existem apenas extrafisicamente, mas, também dentro dos corações.
E só o Alto é que sabe o que cada um tem dentro do próprio coração. Só o Alto é que sabe o valor de cada um, ninguém mais. E é a Luz a parceira de cada um.
Na noite escura da alma, um facho de Luz representa muito; nas ruínas, um toque de Amor representa muito e, juntos, vocês potencializam essa Luz, e os caravaneiros do Alto distribuem-na, somada com a Luz deles mesmos, que, por sua vez, é somada com aquilo que Deus dá e manda em apoio.
E esses benfeitores espirituais*** vão recolhendo os espíritos infelizes da jornada, levando-os para a devida regeneração... E vocês também têm parte nisso, pois são caravaneiros encarnados, que, mesmo sem saber de tudo, participam do trabalho do Alto.
E que isso seja assim, sempre...
Luz na senda!
Amor nos caminhos...
- Os Iniciados**** -
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 05 de novembro de 2008.)
- Nota de Wagner Borges: Esses escritos são a transcrição de uma mensagem mediúnica ocorrida numa reunião do Grupo de Estudos e Assistência Espiritual do IPPB (que tem 140 participantes).
Na ocasião, eu estava conduzindo o grupo numa prática de ativação dos chacras e de irradiação energética para assistência espiritual, quando um dos amparadores extrafísicos do grupo dos Iniciados acoplou-se mediunicamente comigo e projetou essas palavras que aqui estão grafadas. Por sorte, alguém gravou e, agora, é possível disponibilizar para todos os apontamentos conscienciais que eles passaram pela psicofonia.
Penso que esses escritos serão úteis para diversos grupos que trabalham em diversas atividades de ajuda espiritual para o mundo. Mas eles também servem para suscitar reflexões conscienciais sadias em qualquer estudante espiritual sério e dedicado.
E não deixam de ser uma alerta de que é preciso a humanidade crescer e transformar suas ruínas escuras em prédios luminosos e felizes. E que isso seja dentro e fora, na Terra e além... Sim, pelo Bem de todos!
Paz e Luz.
- Notas do Texto:
* A primeira parte desse texto está postada no site do IPPB – www.ippb.org.br -, e pode ser acessada no seguinte endereço específico: http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2335:437-diluindo-as-ondas-cinzentas&catid=31:periodicos&Itemid=57
** Egrégora - do grego “Egregorien”, que significa “velar”, “cuidar” - é a atmosfera coletiva plasmada espiritualmente num certo ambiente, decorrente do somatório dos pensamentos, sentimentos e energias de um grupo de pessoas voltado para a produção de climas virtuosos no mundo.
É a atmosfera psíquica resultante da reunião de grupos voltados para trabalhos e estudos baseados na LUZ. Pode-se dizer que toda reunião de pessoas para a prática do Bem e da Virtude - independentemente de linha espiritual - forma uma egrégora específica, uma verdadeira entidade coletiva luminosa, à qual se agregam várias outras consciências extrafísicas alinhadas com aquela sintonia espiritual para um trabalho interconsciencial.
Provavelmente foi por isso que Jesus ensinou: "Onde houver dois ou mais em meu nome, aí eu estarei."
Muitos dizem que não se deve misturar egrégoras de trabalhos diferentes, porém, quando o Amor se manifesta, desaparece qualquer ideologia doutrinária, e só fica o que interessa: a LUZ.
No dia em que os homens despertarem para climas mais universalistas e cosmoéticos, com certeza esse mundo será melhor de viver.
Viva a LUZ, pouco importa o nome, o grupo ou a doutrina que fale dela. E viva os mentores espirituais que ajudam a todos, independentemente de credo, raça ou cultura esposada.
*** Benfeitores espirituais – entidades extrafísicas e positivas que ajudam a todos; mentores extrafísicos; mestres extrafísicos; companheiros espirituais; protetores astrais; auxiliares invisíveis; guardiões astrais; guias espirituais; amparadores extrafísicos.
**** Os Iniciados - grupo extrafísico de espíritos orientais que opera nos planos invisíveis do Ocidente, passando as informações espirituais oriundas da sabedoria antiga, adaptadas aos tempos modernos e direcionadas aos estudantes espirituais do presente.
Composto por amparadores hindus, chineses, egípcios, tibetanos, japoneses e alguns gregos, eles têm o compromisso de ventilar os antigos valores espirituais do Oriente nos modernos caminhos do Ocidente, fazendo disso uma síntese universalista. Estão ligados aos espíritos da Fraternidade da Cruz e do Triângulo. Segundo eles, são “iniciados” em fazer o bem, sem olhar a quem.
A EVOLUÇÃO DA FORMA
- Por Jalal ud-Din Rumi* -
Toda forma que vês
Tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma esvanece, não importa,
Permanece o original.
As belas figuras que viste,
As sábias palavras que escutaste,
Não te entristeças se pereceram.
Enquanto a fonte é abundante,
O rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos dois se detém?
A alma é a fonte,
E as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
E sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.
Desde que chegaste ao mundo do ser,
Uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
Depois, te tornaste planta,
E mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?
Finalmente foste feito homem,
Com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo - um punhado de pó -
Vê quão perfeito se tornou!
Quando tiveres cumprido tua jornada,
Decerto hás de regressar como anjo;
Depois disso, terás terminado de vez com a terra,
E tua estação há de ser o céu.
Passa de novo pela vida angelical,
Entra naquele oceano,
E que tua gota se torne mar,
Cem vezes maior que o Mar de Oman.
Abandona este filho que chamas corpo
E diz sempre, "Um", com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.
(Texto extraído do livro "Poemas Místicos" - Editora Attar.)
- Nota de Wagner Borges: Jalal Ud-Din Rumi foi um brilhante poeta sufi que viveu no século 13, na antiga cidade persa de Balkh, onde hoje é o Afeganistão. É considerado como um dos grandes poetas místicos da antiguidade. Seus escritos exalam aquele perfume espiritual que só o coração reconhece. Para ele, Deus não era apenas o Senhor, mas “O Amado”. Ler os seus lindos poemas cheios de amor pelo Eterno é uma honra e uma inspiração.
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