VOU CAMINHANDO NAS ESTRADAS DESSA VIDA.... E ME PROTEGEM SETE LUZES DE ORIXÁS... FILHOS DE UMBANDA , MINHA FÉ É O QUE ME GUIA NOS CAMINHOS DE ARUANDA SOB A PAZ DE OXALÁ!!!!!!
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Salve Seu Zé Pelintra!
Falar de Seu Zé Pelintra no tempo da quaresma cristã parece
provocação. Incentivar ou manter o preconceito com esta entidade
tão iluminada é não aceitar essa bênção de sua
proteção.
Quantos já escreveram e dissertaram de forma tão brilhante, sobre
as origens desse espírito guerreiro. Mas aquilo que vivencio, ou
conhecendo as várias manifestações em diferentes locais, onde
presenciei trabalhos carregados de fé.
Em casas de irmãos que trabalham com as diretrizes voltadas ao
Catimbó, a manifestação de Mestre Zé Pelintra vem carregada de
rituais voltados ao culto da Jurema, árvore sagrada. Nesses
trabalhos, aparece como malandro vestindo terno branco e gravata,
fumando seu charuto, bebendo sua marafa, mas fazendo suas orações que
auxiliam todos aqueles que lhe pedem justiça, vitória contra as
demandas.
Presenciei em outra ocasião, e em outro local a chegada de um velho
que era amparado por cambones, ali chegou e se apresentou: "sou Seu
Zé Pelintra das Almas, e não vim pra brincadeira!" Era um
preto-velho com suas cantigas que mais eram orações que mostravam a
sua forma de trabalho, e suas recomendações quase sempre são
conselhos de mudanças de atitude para os que insistem na vida sem
utilidade, fazendo o sofrimento por onde passavam.
Alguém pode afirmar que o culto de Seu Zé Pelintra é
completamente o oposto e que tal entidade é um Exu que zomba da dor
alheia, e que sua missão é trazer a discórdia por onde passar.
E infelizmente, acaba sendo mais convincente, por causa do lucro que
pode conseguir diante de uma humanidade tão ressentida e vingativa.
Para minha alegria conheci muitos lugares que valorizam o trabalho desse
espírito iluminado, que com o passar dos anos se revelou mais justo,
brilhante soldado de Ogum e fiel conselheiro para aqueles que quiserem
se libertar da prisão dos vícios de toda a espécie.
A Luz deixada por Seu Zé Pelintra será reveladora, e assim muitos
saberão da verdade libertadora dos preconceitos.
Em qualquer tempo, faça uma prece em louvor ao Seu Zé Pelintra.
Quem é Zé Pelintra?
Trata-se de um espírito famoso, alguém que viveu de forma
anônima, sendo mais um José na multidão. Era mais um negro
brasileiro, que vivia na simplicidade e se divertia cantando e
encantando as pessoas. Era esperto demais que virou malandro e lenda no
Rio de Janeiro. Para muitos aquele Zé se tornou um grande guerreiro,
iluminado por Ogum, São Jorge vencedor de demandas. Tão sábio
era em vida que se transformou numa das colunas da Umbanda.
Ouvi certa vez de um mensageiro que se apresentou como Seu Zé
Pelintra, que surgiu após a incorporação dos Caboclos no terreiro.
Aproximou-se de mim e disse: "Não tema menina, sou espírito do
Bem. Venho com a ordem de Ogum, e cumprir sua vontade. Muitos irmãos
se apresentam com nome de Zé Pelintra em diferentes degraus da
escada. A escada que subimos pouco a pouco, trabalhando com as
ferramentas que encontramos em cada degrau.
Poucos entendem que somos muitos espíritos carregando o mesmo
apelido, por causa da simpatia que possuímos pela história e
trajetória espiritual daquele primeiro Seu Zé. Nosso lema
principal é sempre vencer as batalhas em nome da Luz Maior.
* No primeiro degrau avistamos o sinal dos tridentes cruzados, mostrando
que nosso combate será nas encruzilhadas, ao lado dos Exus
Guardiões, eternos vigilantes do equilíbrio. Participamos de
muitos tipos de trabalho, seja no Catimbó ou Santeria.
Vestindo nosso terno branco, gravata vermelha nos impomos com nossa
elegância e nosso conhecimento contra qualquer mal feito. Usamos de
toda a astúcia para enfraquecer o abismo destruidor, por isso muitas
vezes nos chamam de malandros que saem durante a noite.
Quando chegamos ao segundo degrau estamos ao lado dos espíritos de
baianos e boiadeiros, trazendo alegria e esperança para todos.
Através da cantoria, da dança, e da palavra esperançosa,
ilumina as almas encarnadas com a certeza que merecem serem felizes.
Recebemos o nome de Baiano Zé Pelintra, e a fama de grandes
conquistadores das almas femininas.
* Nesse degrau do meio, estamos em bandas, ou povos, sem esquecer o que
se passou no degrau anterior. Usamos da alegria e esperança, para a
libertação daqueles que se entregaram nos laços destruidores de
almas. Mostramos que a beleza da vida está em toda parte, e que
levamos da vida a vida que a gente leva.
* E finalmente no terceiro degrau, juntamente com as Almas abençoadas
dos Pretos-Velhos, deixamos confusos aqueles que acham que o espírito
demora uma eternidade para evoluir. Esquecem-se da grande
misericórdia divina, e do perdão que Deus concede aos arrependidos
sinceros.
Com toda a sabedoria que adquirimos ao longo da trilha espiritual,
percebemos que em muitos momentos nos reunimos num nível só. Somos
os guerreiros das encruzilhadas, que com toda a alegria e disposição
usaremos sabiamente o que aprendemos durante toda a jornada espiritual.
"Viu só menina quanta coisa ainda precisa aprender? Todos são
livres para escolher a felicidade, e desprezar a dor.
Zé Pelintra é do nosso povo brasileiro, sofrido, espoliado, mas
não desiste de ser feliz".
Como é sua Imagem?
A imagem do negro elegante, vestindo seu terno branco a gravata
vermelha, lenço vermelho na lapela, e um chapéu panamá, muito
usado nos anos quarenta. Essa é uma imagem popular do Seu Zé
Pelintra, que qualquer pessoa identifica em qualquer lugar.
Seu culto em Minas Gerais se realiza no Catimbó. Cerimônias em
locais retirados dos centros urbanos, no interior, em comunidades que
possuem a tradição familiar, ou seja, o comando espiritual passa de
pai para filho, ou para herdeiros escolhidos. O fundamento principal
está baseado no segredo que envolve a bebida extraída da árvore
da Jurema, um segredo que é guardado pelos homens. Nesses cultos se
valorizam a força da reza, ou orações parecidas com as da Igreja
católica e a incorporação dos Mestres espirituais ancestrais. Seu
Zé Pelintra é para alguns, um desses Mestres. É recebido com
respeito, porque um dos seus grandes trabalhos é o "fechamento de
corpo". Consistia em rezas para a segurança nas viagens longas em
estradas perigosas, ou proteção contra inimigos materiais ou
espirituais. Segundo me informou uma pessoa que viveu dentro desse
culto no Catimbó, o dia mais recomendado para se fazer o fechamento
de corpo para um ano inteiro, era a sexta-feira santa. Nesse dia Mestre
Zé Pelintra incorpora num médium paramentado de terno branco,
gravata vermelha, tal e qual a representação de sua imagem mais
popular. O médium que o incorpora geralmente se torna muito vaidoso,
e tal qual o Mestre Zé Pelintra, é uma pessoa ao mesmo tempo amada
e temida em muitos pontos do país.
Nos terreiros de Umbanda, raramente se avista a imagem de Seu Zé
Pelintra num altar especial, dentro das salas de trabalho, e muito
poucos se atrevem a chamá-lo em giras de baiano. Sua presença é
vista com estranheza e desconfiança, por que alegam que esse malandro
só possue lugar dentro da trunqueira, ou seja, junto aos Exus
Guardiões. A trunqueira é localizada em geral, fora dos limites da
sala principal de trabalho, do lado esquerdo de quem entra.
O tempo passa, e por mais que o trabalho desse espírito iluminado
demonstre sua evolução, muitas pessoas ficam estacionadas em
conceitos passados por pessoas que temem Seu Zé Pelintra. Um temor
que envolve lendas passadas e incorporadas no senso comum. Aquele que
teme por que aprendeu que Zé Pelintra é do mal, espírito sem
luz que só faz tragédia acontecer para quem nele acredita.
Quantos médiuns que possuem missão com ele em suas falanges? Ou
ficam confusos ou temerosos ou então se envaidecem pelo poder de
intimidação que esse espírito traz em suas lendas.
Os que ficam confusos e temerosos tentam "cuidar dele" para que ele
não atrapalhe sua vida. São induzidos a incorporar Seu Zé em
giras carregadas de medo e destruição. Impedem que os brilhos de seus
trabalhos sejam realizados, fazendo com que se reforce a idéia de que
esse espírito seja mensageiro das trevas. Alguns conseguem se
libertar dessa concepção e através de estudo e análise de
outras correntes de pensamento, aquelas que observaram a evolução das
manifestações de Zé Pelintra na Linha das Almas. Graças aos
caminhos evolutivos as informações positivas e esclarecedoras chegam
ao entendimento. Aí o médium sente a companhia espiritual como
bênção, e assumirá a conduta de sempre buscar o seu melhor,
estudando e evoluindo para continuar sua missão com dignidade.
O aprendizado constante é dever de todo médium, e a humildade é
sua pedra fundamental. Seu Zé Pelintra é espírito iluminado e o
médium que se atreve a vangloriar-se de sua proteção, sofrerá
muito com as decepções que causará e receberá o seu retorno.
Por ser um espírito famoso, pode causar ao seu médium o penoso
caminho da provação e do abandono. Os médiuns são
intermediários, é ser instrumento e aprendiz dessa experiência
maravilhosa. Experiência de contacto com a Luz que ilumina os
corações e espíritos de todos inclusive dos médiuns. A vaidade
é devastadora, pois deixa o contacto com a Luz interrompido. O
vaidoso em principio até trabalhou com a entidade, mas com o tempo e
a persistência desse sentimento acontece o afastamento do espírito
iluminado e cede a aproximação de obsessões que comandam e
sustentam a farsa. Ser médium é ter responsabilidade, e não
existe isenção quando o arbítrio decide pela vaidade.
Seu Zé Pelintra, tal e qual aos espíritos mais conhecidos, possue
a responsabilidade de executar sua missão com determinações do
Astral Superior.
Portanto a presença de Seu Zé Pelintra em várias partes do
país pode mudar conforme a cultura local, mas a essência de sua
missão fortalecida na alegria e esperança. Quer esteja na
vibração das encruzilhadas, das matas com a Linha das Almas, seu
trabalho valoroso deve ser bem interpretado. A liberdade desse
espírito expõe a grandeza do caminho da evolução espiritual,
que todos os grandes Mestres trilharam. Na simplicidade e na seriedade,
os milagres atribuídos a esse espírito guerreiro vão continuar
e cabe-nos refletir sobre nossas atitudes diante dele.
Que a partir desse novo tempo de evolução mais irmãos coloquem em
seus altares materiais e em seus corações, a imagem brilhante daquele
negro de terno branco e chapéu panamá. Que ele continue rezando
por nós nesses dias tão violentos, fechando nossas mentes para o
preconceito e isolamento.
Salve Seu Zé Pelintra!
Por Mãe Bebel – Fraternidade Socorrista Mãe Yemanjá e
Baiano Zeferino/SP
Um Saravá Amigo
Octavio
www.maeyemanjaebaianozeferino.com.br/
<http://www.maeyemanjaebaianozeferino.com.br/>
Agradezco a quien escribio y me hizo descubrir a SEU ZÉ PILINTRA,desde hoy seguiré esta pagina. SARAVA
ResponderExcluir