quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O MAGNETISMO DOS ORIXÁS

 

O MAGNETISMO DOS ORIXÁS 

          Aqui na Terra entendemos por magnetismo a propriedade física dos imãs que faz com que puxem para si determinadas partículas ou pequenos objetos que são afins com eles.
          Servindo-se dessa propriedade magnética dos imãs os espíritos mentores nomearam uma propriedade divina inerente a cada um dos Orixás como seus magnetismos e que tanto atraem os seres que lhes são afins quanto repelem os que lhes são opostos.
          Essa propriedade magnética divina é mental e serve para dar polaridade às coisas criadas por Deus sendo que as afins se unem se ligam se fundem gerando uma terceira coisa, etc.
          As opostas se repelem se afastam, se distanciam, se antagonizam, se anulam, mas também servem para separar tudo o que existe na Criação em positivos e negativos.
          Essa classificação obedece unicamente ao magnetismo das coisas e dos seres e não tem nada a ver com bom ou ruim, pois essa classificação foi desenvolvida por nós para diferenciarmos o que nos é benéfico do que nos é maléfico.
          No estudo dos Orixás descobriu-se que Deus exteriorizou-se de sete formas diferentes ou em sete graus magnéticos ou em sete irradiações ou em sete planos que para sintetizar tudo denominamos essas sete exteriorizações como Sete Mistérios de Deus, sendo que são esses: 
1)      Mistério da Fé
2)      Mistério do Amor
3)      Mistério do Conhecimento
4)      Mistério da Justiça Divina (ou Razão)
5)      Mistério da Lei Maior
6)      Mistério da Evolução
7)      Mistério da Geração
          Esses sete Mistérios deram origem ou serviram como meio divino para Deus dar início a Sua Criação exterior.
          Cada um desses sete mistérios ao ser exteriorizado por Ele trouxe consigo uma Divindade Mistério que, tanto dá sustentação a tudo que foi criado no seu grau magnético quanto é em Si o próprio Mistério e Poder manifestado por Deus.
          Esses sete Mistérios por possuírem suas Divindades são passíveis de identificação formando uma Coroa Divina Sustentadora de tudo que existe no exterior de Deus e cada uma recebeu um nome:
1)      Orixá da Fé
2)      Orixá do Amor
3)      Orixá do Conhecimento
4)      Orixá da Justiça
5)      Orixá da Lei
6)      Orixá da Evolução
7)      Orixá da Geração
          Esses sete Orixás ou Divindades Mistérios, por serem exteriorizações diretas de Olorum nem são masculinos nem são femininos, não são positivos ou negativos porque são indiferenciados.
          Mas, por trazerem seus magnetismos ao irradiarem-se o fizeram de forma bi polarizada gerando, a partir de cada um, duas hierarquias divinas já diferenciadas em masculina e feminina, em positiva e negativa, irradiante e concentradora, etc.
          Essa bipolarização dos sete Orixás originais aconteceu no primeiro plano da vida denominado Fatoral e gerou sete pares de Orixás denominados Fatorais e que são esses:
1) Orixá da Fé                              Oxalá
                                               Logunan
2) Orixá do Amor                        Oxum
                                              Oxumaré
3) Orixá do Conhecimento          Oxossi
                                              Obá
4) Orixá da Justiça                       Xangô
                                              Egunitá
5) Orixá da Lei                            Ogum
                                              Iansã
6) Orixá da Evolução                   Obaluaiê
                                              Nanã
7) Orixá da Geração                     Iemanjá
                                              Omulu
          Essa bipolarização obedece aos magnetismos específicos de cada um dos Orixás e faz com que surja na Criação sete irradiações bi polarizadas que são descritas com muitos nomes, mas que, na Umbanda, recebe o nome de Sete Linhas.
          As Sete Linhas de Umbanda são bi polarizadas e cada Orixá ocupa nelas o seu pólo magnético, distinguindo-o pelas suas funções na Criação tais como Pólo Magnético Positivo da Irradiação ou linha da Geração ocupado por Iemanjá.
          Pólo Magnético Negativo da mesma Irradiação ou linha ocupado por Omulu.
          Função de Iemanjá enquanto Mistério em si mesma: Gerar a Vida no exterior de Olorum.
          Função de Omulu enquanto Mistério em si mesmo: paralisar todas as coisas geradas que entraram em desequilíbrio.
          Estudando esses dois Orixás através dos elementos que formam aqui no plano material seus Pontos de Força ou Santuários Naturais vemos Iemanjá associada à água e Omulu associado à terra.
          Observamos que nas sete Irradiações um diferencia-se do outro pelo elemento, mas devemos entender a complementaridade existente tanto entre suas funções quanto entre seus elementos, pois onde algo gerado entra em desequilíbrio o seu pólo oposto imediatamente paralisa o processo de degeneração de algo gerado por ela.
          Estudando-os como elementos da natureza terrestre vemos que água e terra são indissociados, pois onde um termina o outro começa; onde um torna árido o outro umidifica; onde um gera algo o outro dá sustentabilidade para que o que foi gerado desenvolva-se e adquira estabilidade.
          Se estudarmos esses dois Orixás pelos seus magnetismos (gerador  ⁄ paralisador) vemos que formam um par perfeito, pois caso o Mistério Geracionista de Iemanjá não tenha no seu outro pólo um magnetismo paralisador que interrompa ou paralise momentaneamente sua capacidade de gerar continuamente, com certeza a Criação entraria em desequilíbrio porque algo que começasse a ser gerado não pararia nunca mais de sê-lo e sobrecarregaria de tal forma o meio onde estaria sendo gerado afetando tudo mais que ali existisse.
          Portanto as bipolarizações das Sete Linhas de Umbanda não são puramente por elementos e sim por funções na Criação porque os magnetismos dos 14 Orixás Fatorais podem ser opostos (positivo ∕ negativo), mas são complementares entre si.
          Portanto devemos entender esse magnetismo dos Orixás como fundamentais para a estabilidade da Criação Divina desde o macro até o microcosmo porque encontramos essa diferenciação magnética até em nós.
Observe isto:
Oxalá é o espaço e Logunan é o tempo
Oxum é a agregação e Oxumaré é a diluição
Oxossi é expansor e Obá é concentradora
Xangô é a temperatura e Egunitá é a energização
Ogum é a potência e Iansã é o movimento
Obaluaiê é a transmutação e Nanã é a decantação
Iemanjá é a geração e Omulú é a estabilidade.
          Mais uma vez a complementaridade se mostra nas funções dos Orixás que pontificam os 14 Pólos Magnéticos das 7 Linhas de Umbanda.
          Essas complementaridades são encontradas em cada um com todos os outros 13, pois se no Mistério ou função concebedora de Oxum algo que está sendo concebido desequilibrar-se em relação ao seu meio é função de Omulú paralisar essa concepção antes que ela se complete e torne-se algo fora de controle ou em desacordo com o meio onde foi concebido.
          Nesse exemplo vemos que a função de Omulu paralisa tudo em todas as sete Irradiações e não se restringe só a da Geração.
          É preciso entender que um Orixá traz em si funções que transcendem o campo distinguido pela Irradiação onde está assentado.
          Os 14 Magnetismos Divinos dos 14 Orixás assentados nas Sete Irradiações Divinas ou Sete Linhas de Umbanda sempre atuam entre si por complementaridade e um não pode fazer nada sem que os outros 13 participem também e isso nos mostra a complexidade existente na Criação.
          Portanto quando estudamos os Magnetismos dos Orixás e suas funções divinas na Criação começamos a compreender uma das formas de Olorum (Deus) atuar, pois se Ele é único, no entanto tudo que Ele criou o fez servindo-se sempre dos seus Sete Orixás que pontificam as Sete Linhas de Umbanda.
                                                                                                                  Pai Rubens Saraceni

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