terça-feira, 3 de agosto de 2010

FUNDAMENTOS BÁSICOS DA UMBANDA



Umbanda não é uma seita religiosa, Umbanda é religião, portanto tem seus fundamentos próprios que devem ser esclarecidos. O conceito de seita é muito antigo e vem da época em que haviam religiões oficiais, onde aqueles que se opunham de alguma forma àquela liturgia, formando grupos discidentes, eram chamados de seitas e portanto considerados "hereges", à margem da sociedade. Hoje em dia o termo seita é muito mais utilizado para identificar grupos de fanáticos religiosos, que mantém facções em cima de práticas e conceitos que vão contra o bom senso comum. A Umbanda não é um grupo discidente, não surgiu para se opor a ninguém, não usamos métodos de conversão ou fanatismo doutrinário, as práticas religiosas jamais poderão atentar contra o bom senso ou os valores de moral comum. Com base nestes dados podemos dizer com certeza que Umbanda é religião e o que está surgindo é uma base umbandista, com fundamentos umbandistas, diretamente recebidos pela espiritualidade.

O objetivo das religiões é religar o homem a Deus, simples, cada uma de uma forma diferente, pois diferentes são as culturas, não existem religiões melhores que as outras. O Catolicismo é a melhor religião do mundo para o Católico, da mesma forma o Judaísmo para o Judeu, o Islamismo para o Islâmico, Budismo para o Budista, Kardecismo para o Kardecista (embora muitos não o consideram como religião) e Umbanda é a melhor religião do mundo para os Umbandistas, ao mesmo tempo uma não é melhor que a outra, mas satisfazem necessidades sociais, culturais, grupais e individuais. Podemos e devemos absorver o conhecimento de outras religiões, ampliando assim nosso universo espiritual. Na verdade temos a aprender com todos e todos têm a aprender conosco, quando a única religião for o Amor, o que existirão serão práticas diferentes deste Amor, Umbanda é a nossa prática do Amor.

A Umbanda surge da necessidade de uma nova realidade cultural miscigenada, do encontro destas culturas do índio brasileiro, do negro africano e do branco europeu somando uma riqueza espiritual muito grande de um novo povo, que não se enquadra mais nos moldes clássicos de religiosidade, um povo que não aceita fronteira espiritual, que não aceita tabus ou dogmas, um povo que além de tudo isso vive na era da informação. As práticas da Umbanda são milenares como a defumação, magia natural e cerimonial, manifestação mediúnica, adoração às divindades e principalmente o culto a natureza onde o divino se manifesta em sua forma mais pura, estas práticas são tão antigas quanto as lendas da Lemuria e Atlântida, atraindo para a Umbanda espíritos muito antigos, ancestrais já fora do circulo reencarnacionista, que adaptam à simplicidade da Umbanda seu conhecimento já esquecido pela humanidade, verdadeiras egrégoras de remanescentes de outras religiões extintas na matéria formam linhas de trabalho dentro da Umbanda. Parece difícil conceber ou organizar tudo isso, mas "a Umbanda traz em si energia divina viva e atuante à qual nos sintonizamos a partir de nossas vibrações mentais, racionais e emocionais, energias estas que se amoldam segundo nosso entendimento do mundo."

Cada um ou cada grupo umbandista realiza seus trabalhos, sessões, segundo seu ponto de vista, sem deixar de ser umbanda. Cada casa, templo ou tenda é diferente um do outro e todos são centros ou "igrejas de umbanda". O que há em comum é a essência e não a forma! Mas é tudo muito novo, se compararmos com outras religiões a Umbanda que tem quase 100 anos não está nem engatinhando, enquanto muitos acham que ela já é uma "velha senhora", tudo está por fazer na Umbanda, principalmente no campo do esclarecimento da essência. Muitos estudam a forma, o trabalho realizado dentro do seu grupo (tenda), quando observam um outro grupo afirmam que o outro não é Umbanda por ser diferente, este é um comportamento muito infantil ou de pessoas de má fé, pois: O seu terreiro é Umbanda, mas, Umbanda é o seu terreiro e muito mais, é todos ao mesmo tempo e muito mais, pois ela não está limitada em paredes, ela não está codificada, ela é livre e esta é uma das maravilhas da Umbanda. Agora é preciso entendermos a essência da Umbanda, que são os fundamentos de Umbanda, que só a espiritualidade pode nos passar.

"Umbanda tem fundamento"

Desde a origem da religião ouvimos falar de "Sete Linhas de Umbanda" e cada um ensinou o que era sete linhas da sua forma, mas ninguém havia ensinado o que é a essência das sete linhas que absorve em si todas as formas. A espiritualidade através da mediunidade de Rubens Saraceni nos esclareceu que as Sete Linhas de Umbanda são as sete vibrações de Deus, pois tudo ele cria de forma sétupla, como as sete cores do arco íris em sintonia com nossos sete chacras. Isto é essência pois na forma para os que acham que sete linhas de Umbanda são Sete Orixás, dizemos sete Orixás são manifestadores de sete vibrações, outros acham que sete linhas de Umbanda são sete santos católicos, dizemos sete santos se manifestam em sete vibrações, outros dizem que sete linhas de umbanda são sete cores do arco íris e dizemos sete cores do arco íris é a manifestação visual das sete vibrações de Deus, outros ainda dizem que sete linhas de umbanda são sete arcanjos e voltamos mais uma vez em sete vibrações de Deus, pois sete linhas também não cabe em uma forma mas são sim a essência de tantas interpretações. Quando encontrar alguém discutindo quais são as verdadeiras sete linhas de umbanda lembre-se disso: estão discutindo sobre a forma e a forma pouco importa, cada um faz sob o seu ponto de vista o que importa é a essência.
Os fundamentos da Umbanda variam conforme a vertente que a pratique.
Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de Umbanda. São eles:
  • A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo Zambi para pretos-velho, Tupã para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo Deus;
  • A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;
  • O culto aos orixás como manifestações divinas, em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
  • A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos";
  • O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;
  • Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;
  • A crença na imortalidade da alma;
  • A crença na reencarnação e nas leis cármicas;
  • Existem as chamadas "Sete Linhas" da Umbanda, 
Sacrifício ritual de animais
Existem várias ramificações dentro da Religião de Umbanda entretanto na umbanda não se usa o sacrifício de animais em hipótese alguma.
Esta prática está ligada a algumas linhas que ainda cultuam junto com a umbanda alguns rituais de religiões afro-brasileiras.
Apesar da umbanda ser bastante ramificada, denominamos traçada - alusão ao sincretismo com o candomblé - a umbanda que ainda carrega em seus cultos o sacrifício de animais.

 Uso de bebidas alcoólicas

Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:
  • Os que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) criando uma espécie de tabu;
  • Os que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento, como os que abusam);
  • Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto a sua utilização, buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação).
Toda essa controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo consequências graves para sua vida material e espiritual.
Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atraírem espíritos de luz, afinizarem-se com espíritos de viciados que já morreram - esses espíritos serão obsessores dessa pessoa, uma vez que ela satisfaz seus desejos materialistas. Note-se que o álcool é um elemento usado na magia para trabalhos para o bem; abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de luz.
Existem casas que, por ordem do mentor espiritual, nunca usaram ou deixaram de utilizar o fumo, assim como a bebida alcoólica, sem que por isso, tivessem qualquer problema com as entidades que, por ventura, utilizavam esses elementos. Afinal, os espíritos podem se adaptar e mudar a forma de trabalhar de acordo com o fundamento de cada instituição.
É importante ressaltar, ainda, que quanto menos o espírito utilizar materiais terrenos melhor. Eles podem trabalhar com elementos bastante etéreos e tão eficazes quanto os fluidos do próprio médium.
Paramentos
Na Umbanda, os médiuns usam normalmente como paramentos apenas roupas brancas, podendo estar os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade.
Mas há Umbandas que também utilizam roupas com as cores de cada linha. Por exemplo, em giras de Ogum se utiliza camisas ou batas vermelhas e calças e saias brancas.
Nas giras de esquerda as roupas são pretas, sendo que as filhas de santo podem se vestir de vermelho e preto.
Pode ocorrer, por exemplo, que uma entidade de Preta-velha solicite uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos; isso visa a proporcionar que o médium se pareça mais com a entidade que está incorporando.
Também há os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar cocares, alguns utilizam machadinhas de pedra, chocalhos, etc.
Uma outra visão sobre os paramentos e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado, quando negativa.

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