quarta-feira, 30 de junho de 2010

CABOCLO COBRA CORAL



Cobra Coral a sua banda está em festa
O céu e o mar estão cantando em seu louvor

Olha a cobra coral
Piô piô

Cobra Coral estou cantando em seu louvor

Caiu uma folha na Jurema
Mas veio o sereno e molhou
Mas e depois veio o sol
Enxugou,enxugou
E a mata virgem
Se abriu toda em flor...

OXUM



Foi na beira do rio
Aonde Oxum chorou....

Chora ai ê ê ô
Chora os filhos seus....

domingo, 27 de junho de 2010

SAÚDE PELAS ERVAS

Chás que eliminam miomas


Uma reportagem exibida pelo globo repórter sobre soluções encontradas na flora brasileira para problemas recorrentes para pessoas que não tem posto de saúde, hospitais, médicos, por perto é o "Brasil sem remédios". Há relatos de mulheres que curaram miomas e cistos utilizando o chá da casca de uxi-amarelo


e da unha-de-gato.





Mito ou verdade? Há quem não espere pela resposta definitiva. Na rota dos pesquisadores, foi encontrado o uxi-amarelo, árvore que alguns brasileiros consideram quase milagrosa.

A casca do uxi-amarelo é utilizada no tratamento de miomas. É feito um chá, que deve-se deixar ferver bastante. No caso específico do tratamento para mioma e cisto, é necessário tomar meio litro de uxi-amarelo de manhã e meio litro de unha-de-gato pela tarde”, ensina o botânico.

A unha-de-gato é considerada um poderoso anti-inflamatório natural, usado contra gripes e viroses. A erva fortalece o sistema imunológico e também é recurso no tratamento de tumores.


Uxi-amarelo e unha-de-gato. Quantas vezes essa mistura já surpreendeu médicos e pacientes? A professora Carla Ribeiro e a vendedora ambulante Maria Neide Oliveira não se conhecem, mas estão unidas para sempre por histórias muito parecidas.

No consultório médico, a professora e o marido olham emocionados mais uma ultra-sonografia. Durante sete anos, o casal tentou, sem sucesso, ter um filho. Os miomas, tumores benignos no útero, não deixavam.

Carla fez várias cirurgias para extrair os miomas. Mas, depois de um tempo, eles surgiam novamente. Já desanimada, começou a tomar o chá de uxi-amarelo e unha-de-gato.

“O chá foi para redução dos miomas. Comecei em maio e em junho eu engravidei. Um mês depois”, conta Carla.

A gravidez é normal. A cada exame, Carla e Mailer ficam mais ansiosos pela chegada do bebê, que já ganhou um nome.

“É um milagre, uma emoção maravilhosa. Por isso, colocamos o nome de um anjo: Gabriel”, revela Carla.

“Acredito que a gravidez signifique que o chá uxi-amarelo e unha-de-gato atuou e, de alguma maneira, reduziu os miomas que a impediam de engravidar. Com a minha experiência, hoje posso afirmar que ele dá um bom resultado”, diz o médico Afrânio Melo Lins.

“Gabriel é forte. Com certeza, ele quer muito vir ao mundo. Agora que ele está perto de nascer, só quero ver a carinha dele”, diz Carla, ansiosa.

Outro Gabriel também é forte, saudável. O xodó da mãe. “Isso aqui é uma benção. Ele é um anjo na minha vida”, exalta Neide.

Um anjo que chegou de surpresa. Em agosto de 2001, o Globo Repórter mostrou o início desta história. Naquela época, Neide só queria acabar com um incômodo provocado pelos miomas. Eram tantos que ela tinha sido aconselhada por médicos a fazer uma histerectomia radical – a retirada cirúrgica do útero, ovário e trompas. Foi quando começou a tomar os chás de uxi-amarelo e unha-de-gato. Cinqüenta dias depois, o susto.

“Eu achava que estava com outra doença, mais grave ainda. Depois de um mês sem menstruar, voltei ao consultório e disse para o médico que achava que estava doente”, lembra Neide.

A resposta do médico foi desconcertante.

“Ele disse que eu estava com o mioma, mas que aquele mioma chorava, tomava mingau. Pensei que ele estivesse brincando comigo”, diz Neide.

Enquanto estiver amamentando Yanno Gabriel, Neide não vai tomar os chás. Mas diz que os últimos exames revelaram que o uxi-amarelo e a unha-de-gato continuam e controlando os miomas.


“Posso assegurar que 90% das pacientes que utilizaram os chás tiveram resultado satisfatório”, diz o médico
Afrânio Melo Lins.




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Lena Rodriguez

REPASSANDO

CY, A TERRA, A MÃE DA NOSSA TERRA


A GRANDE MÃE

Sábia e Poderosa, Cy é a Mãe Suprema. entrar em contacto com a Deusa Cy é estimular a feminilidade e a fertilidade.
O nome Cy, do tupi-guarani, significa mãe. Para os índios, ela é a Doadora da Vida, Criadora de todas as coisas. Seu nome está presente em outras Deusas: Nandercy, a Nossa Mãe; Coaracy, a Mãe do Sol; Acy, a Mãe da Lua.

Em Trevas:

Juntamente com Tupan, é um entidade de Arkanun, e foi um dos primeiros seres sobrenaturais a pisar no Brasil. É uma Deusa de muitas faces, e muito cultuada . Sua ordem, a Ordem da Grande Mãe, possuía muitas adeptas no passado, e embora o panteão indígena tem enfraquecido, nas tribos que ainda mantém a tradição, a crença na Deusa é forte.

Caminhos: Terra e Agua.
Cores: Marrom e Branco.
Símbolos: Ovo e Tartaruga.
Talismã: Ovo de Cristal.

Wicca Brasil: Guia de Rituais das Deusas Brasileiras ,Mavesper Cy Ceridwen

O Brasil é o país que concentra o maior número de pessoas a cultuarem uma das manifestações da Grande Mãe, como Iemanjá, a deusa ancestral das águas, Senhora do Mar. Só perde para a Índia, onde inúmeras deusas são cultuadas até hoje.

Anualmente, às vésperas do Ano Novo e no dia dois de fevereiro, milhões de pessoas levam suas oferendas e orações para as praias brasileiras, ou saem em procissões marítimas ou fluviais, similares às antigas cerimônias egípcias e romanas – Navigium Isidi – dedicadas a Ísis, Deusa Mãe protetora dos viajantes e das embarcações.

Apesar da devoção brasileira a Iemanjá, seu culto não é nativo - ele foi trazido ao Brasil no século XIII pelos escravos da nação ioruba. Yemojá ou YéYé Omo Ejá, a “Mãe cujos filhos são peixes”, era o orixá dos Egbá, a nação ioruba estabelecida outrora perto do rio Yemojá, no antigo reino de Benin. Devido a guerras, os Egbá migraram e se instalaram às margens do rio Ogun, de onde o culto a Iemanjá foi trazido pelos escravos para o Brasil, Cuba e Haiti.

Nesses países, Iemanjá passou a ser venerada como a “Rainha do Mar”, orixá das águas salgadas, apesar de sua origem ter sido “o rio que corre para o mar”, sua saudação sendo Odo-Yiá, que significa “Mãe do Rio”.

Analisando os nomes Ya / man / Ya e Ye / Omo / Ejá conforme a “Lei de Pemba” – a grafia sagrada dos orixás, postulada pela Umbanda Esotérica, encontram-se os mesmos vocábulos sagrados que significam “Mãe das águas, Mãe dos filhos da água (peixes) e Mãe Natureza”.

Iemanjá é considerada pela Umbanda Esotérica como uma das sete Vibrações Originais, o princípio gerador receptivo, a matriz dos poderes da água, a representação do eterno e Sagrado Feminino. Portanto, Iemanjá personifica os atributos lunares e aquáticos da Grande Mãe, de padroeira da fecundidade e da gestação, inspiradora dos sonhos e das visões, protetora e nutridora, mãe primeva que sustenta, acalenta e mitiga o sofrimento dos seus filhos de fé.

No entanto, por mais que Iemanjá seja reconhecida e venerada no Brasil, ela não representa a Mãe Ancestral nativa, que tenha sido cultuada pelas tribos indígenas antes da colonização e da chegada dos escravos.

Infelizmente, muito pouco se sabe a respeito das divindades e dos mitos tupi-guarani. A cristianização forçada e a proibição pelos jesuítas de qualquer manifestação pagã, destruiu ou deturpou os vestígios de Tuyabaé-cuáa, a antiga tradição indígena, a sabedoria dos velhos payés.

Segundo o escritor umbandista W.W. da Matta e Silva e seus discípulos Rivas Neto e Itaoman, a raça vermelha original tinha alcançado, em uma determinada época distante, um altíssimo patamar evolutivo, expresso em um elaborado sistema religioso e filosófico, preservado na língua-raiz chamada Abanheengá, da qual surgiu Nheengatu, a “lingua boa”, origem dos vocábulos sagrados dos dialetos indígenas.

Com o passar do tempo, a raça vermelha entrou em decadência e, após várias cisões, seus remanescentes se dispersaram em diversas direções. Deles se originaram os tupi-nambá e os tupi-guarani, que se estabeleceram em vários locais na América do Sul.

As concepções do tronco tupi eram monoteístas, postulando a existência de uma divindade suprema, um divino poder criador (às vezes chamado de Tupã) que se manifestava por intermédio de Guaracy (o Sol) e Yacy (a Lua) que, juntos, geraram Rudá (o amor) e, por extensão, a humanidade. O culto a Guaracy era reservado aos homens, que usavam os tembetá, amuletos labiais em forma de T, enquanto as mulheres veneravam Yacy e Muyrakitã, uma deusa das águas, e usavam os amuletos em forma de batráquios e felinos, pendurados no pescoço ou nas orelhas.

Guaracy era a manifestação visível e física do poder criador representado pelo Sol. Apesar deste astro ser considerado o princípio masculino na visão dualista atual, a análise dos vocábulos nheengatu do seu nome revela sentido diferente.
Guará significa “vivente”, e cy é “mãe”, o que formaria a “Mãe dos seres viventes”, a força vital que anima todas as criaturas da natureza, a luz que cria a vida animal e vegetal. Também em outras tradições e culturas (japonesa, nórdica, eslava, báltica, australiana e nativa americana), o Sol era considerado uma Deusa, o que nos faz deduzir que, para os tupi, a vida e a luz solar provinham de uma Mãe - Cy
- que só mais tarde foi transformada em Pai.


Yacy era a própria Mãe Natureza, seu nome sendo composto de Ya (senhora) e Cy (mãe), a senhora Mãe, fonte de tudo, manifestada nos atributos da Lua, da água, da natureza, das mulheres e das fêmeas.

Cy - ou Ci - representa, portanto, a origem de todas as criaturas, animadas ou não, pois tudo o que existe foi gerado por uma mãe que cuida da sua preservação, do nascimento até a morte. Sem Cy (mãe), não há nem perdura a vida, pois ela é a Mãe Natureza, o principio gerador e nutridor da vida.

Na língua tupi existem váris nomes que especificam as qualidades maternas: Yacy, a Mãe Lua; Amanacy, a mãe da chuva; Aracy, a mãe do dia, a origem dos pássaros; Iracy, a mãe do mel; Yara, a mãe da água; Yacyara, a mãe do luar; Yaucacy, a mãe do céu; Acima Ci, a mãe dos peixes; Ceiuci, a mãe das estrelas; Amanayara, a senhora da chuva; Itaycy, mãe do rio da pedra, e tantas outras mães – do frio e do calor, do fogo e do ouro, do mato, do mangue e da praia, das canções e do silêncio.

As tribos indígenas conheciam e honravam todas as mães e acreditavam que elas geravam seus filhos sozinhas, sem a necessidade do elemento masculino, atribuindo-lhes a virgindade - o que também em outras culturas simbolizava sua independência e auto-suficiência. Em alguns mitos e lendas, as virgens eram fecundadas por energias numinosas em forma de animais (serpente, pássaro, boto), forças da natureza (chuva, vento, raios), seres ancestrais ou divindades.

A explicação da omissão, na mitologia indígena, do elemento masculino na criação era o desconhecimento do papel do homem na geração da criança, além do profundo respeito e reverência pelo sangue menstrual que, ao cessar “milagrosamente”, se transformava em um filho. Somente pela interferência dos colonizadores europeus e pela maciça catequese jesuíta que, na criação do homem, o Pai assumiu um papel preponderante, o Filho tornou-se o segundo na hierarquia, salvador da humanidade - como Jurupary, e à Mãe coube apenas a condição de virgem (como Chiucy).

Porém, apesar do zelo dos missionários para erradicar os vestígios dos cultos nativos da cultura indígena e dos escravos, muitas de suas tradições sobrevivem nas lendas, nos costumes folclóricos, nas práticas da pajelança e encantaria que estão ressurgindo, cada vez mais atuantes, saindo do seu ostracismo secular.

Um outro arquétipo da Mãe Ancestral é descrito no mito amazônico da Boiúna, a Cobra Grande, dona das águas dos rios e dos mistérios da noite. Apresentada como um monstro terrível que vive escondido nas águas escuras do fundo do rio e ataca as embarcações e pescadores, a Boiúna ou Cobra Maria é, na verdade, a Face Escura da Deusa, a Mãe Terrível, a Ceifadora, que tanto gera a vida no lodo como traz a morte, no eterno ciclo da criação, destruição, decomposição e transformação.

Outro aspecto da Mãe Escura é Caamanha, a “Mãe do Mato”, que protege as florestas e os animais silvestres, e pune, portanto, os desmatamentos, as queimadas e a violência contra a Natureza. Pouco conhecida, ela foi transformada em dois personagens lendários: Curupira e Caapora. Descritos como seres fantasmagóricos, peludos, com os pés voltados para trás, às vezes com um aspecto feminino, são os guardiões das florestas, que levavam os caçadores e invasores do seu habitat a se perderem nas matas, punindo-os com chicotadas, pesadelos ou até mesmo a morte.

Nas lendas guarani relata-se a aparição da “Mãe do Ouro”, que surge como uma bola de fogo ou manifesta-se nos trovões, raios e ventos, mostrando a direção da mudança do tempo. Em sua representação antropomórfica, ela torna-se uma linda mulher que reside em uma gruta no rio, rodeada pelos peixes e de onde se estende nos ares como raios luminosos, ou então surge na forma de uma serpente de fogo, punindo os destruidores das pradarias. Em sua versão original, ela era considerada a guardiã das minas de ouro, que seduzia os homens com seu brilho luminoso, afastando-os das jazidas. Seu mito confunde-se com o do Boitatá, uma serpente de contornos fluídicos, plasmada em luz com dois imensos olhos, guardando tesouros escondidos, reminiscência dos aspectos punitivos da Mãe Natureza, defendendo e protegendo suas riquezas. A deturpação cristã do mito punitivo pode ser vista na figura da “Mula sem Cabeça”, metamorfose da concubina de padre, que assombra os viajantes nas noites de sexta-feira (dia dedicado, nas culturas pagãs, às deusas do amor, como Astarte, Afrodite, Vênus, Freyja) e do Teiniágua, lagarto encantado que se transforma em uma linda moça para seduzir os homens, desviando-os dos seus objetivos.

Quanto ao significado esotérico de Muyrakitã, devemos decompor seu nome em vocábulos para compreender sua simbologia feminina: Mura - mar, água; Yara - Senhora, Deusa; Kitã - flor. Podemos então interpretá-lo como “A Deusa que floriu das águas” ou “A Senhora que nasceu do mar”. Esta divindade aquática, considerada a filha de Yacy, era reverenciada pelas mulheres que usavam amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muyrakitã. Esses preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muyrakitã - vetado, portanto, aos homens. Nas noites de Lua Cheia, as cunhãtay, devidamente preparadas, esperavam que Yacy espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e, então, mergulhavam à procura da argila verde. A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais (para invocar os poderes magnéticos da Lua), além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões. Enquanto as cunhãs mergulhavam, as outras mulheres ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos mbaracás (chocalhos). Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muyrakitã, ela era modelada em discos com formato de animais, sendo deixado um pequeno orifício no centro. Em seguida, todas as mulheres realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muyrakitã e Yacy sobre os amuletos, até que Guaracy, o Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios.

Esses amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul ou cor de azeitona e eram usados no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres. Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual e que podiam ser utilizados para prever o futuro, nas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Yacy e Muyrakitã.

No nível exotérico, profano, o muiraquitã é conhecido como um talismã zoomorfo, geralmente em forma de sapo, peixe, serpente, tartaruga ou de felinos, talhado em pedra (nefrita, esteatita, jadeíta ou quartzito), bem polido, ao qual se atribuíam poderes mágicos e curativos. Foram encontrados vários deles na área do baixo Amazonas, entre as bacias dos rios Trombetas e Tapajós, sendo chamados de “pedras verdes das Amazonas”. Poderia ser uma confirmação do mito das Amazonas ou Ycamiabas, as “mulheres sem homens”, como foram chamadas pelo padre Carvajal, da expedição de Francisco de Orellana, em 1542. Os relatos míticos as descrevem como mulheres altas, belas, fortes e destemidas, longos cabelos negros, trançados, tez clara, que andavam despidas e utilizavam com maestria o arco e a flecha para guerrear e caçar. Diz a lenda que elas escolhiam anualmente homens para serem os pais de seus filhos, presenteando-os com muiraquitãs. Outras fontes afirmam que elas usavam ornamentos de pedras verdes esculpidos em forma de animais como objetos de troca com visitantes ou tribos vizinhas.

Os missionários atribuíam aos índios tapajós a origem dos muiraquitãs, mas eles eram apenas seus portadores, não os fabricantes, exibindo-os como símbolos de poder ou riqueza, ou ainda como compensação na realização de ritos fúnebres, nas cerimônias de casamento ou para selar alianças e acordos de paz entre as tribos.
Ocultos em mitos, lendas e crenças, existem ainda muitos resquícios das antigas tradições e cultos indígenas.

Descartando as sobreposições e distorções cristãs e literárias, poderemos resgatar a riqueza original das diversas e variadas apresentações da criadora ancestral brasileira, Mãe da natureza e de tudo o que existe, que existiu e sempre existirá.

Cabe aos estudiosos e pesquisadores atuais desvendar os tesouros históricos do passado indígena brasileiro, com isenção de ânimo e sem distorções, em uma sincera dedicação e lealdade à verdade original, para oferecer às nossas mentes as provas daquilo que os nossos corações femininos sempre souberam, ou seja,

"Que a Terra é a nossa Mãe, que nos tempos antigos os seres humanos veneravam e oravam para uma Criadora, que abria os portais da vida e da morte, cujos templos eram a própria Natureza, que somos todos irmãos por sermos seus filhos, interligados por fazermos parte da teia cósmica e telúrica da Sua Criação”.

(REPUBLICADO)

IN: http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/13

A DIGNIDADE HUMANA



Porquê falar da dignidade humana?

Porque ser digno como ser humano significa ter direito a viver, a expressar as sua opiniões, a pensar por si mesmo, a ter opções e decidir pela mais conveniente. Ser digno é ter o direito a ser feliz na Terra.

Vou falar da dignidade, dessa dignidade que nasce quando o ser humano sabe que os passos que dá vão na direcção do caminho que a sua mente indica. Essa dignidade é possível ser observada nas crianças quando perguntam inocentemente aos seus pais: porque me castigas? Essa dignidade surge na alma de uma menina quando olha o seu pai e lhe pergunta: porque me amas tanto? Aquela dignidade que sai dos lábios de um jovem que pede explicações ao pai perguntando-lhe: porque me exiges que não diga coisas feias quando tu próprio o fazes? Essa dignidade que as crianças de hoje manifestam quando se interrogam a uma só voz: porque se aborrecem connosco se apenas fazemos aquilo que nos ensinaram?

Essa dignidade que se vai perdendo, quando o ser humano entende que a vida é aquela que ele crê correcta, porém outra muito diferente é a que está vivendo. Essa dignidade que se vai acabando, quando a sua mente diz "Não faças" e prefere escutar as vozes dos seus amigos que o induzem ao vício.

Por tudo isto, quero falar de dignidade, para vos fazer ver que a melhor forma de a manter é escutando, dentro de vós próprios, a voz da alma, dizendo:

- Caminha por aqui… segue para a frente… a tua vida é tua e apenas tu deves decidir sobre ela;

- Caminha em frente e não te detenhas, porque mesmo quando as pedras estorvam o caminho há sempre uma maneira de as rodear;

- Ergue a tua vista para o céu enquanto os teus pés caminham sobre a terra;

- Procura não te sujares por dentro, porque as tuas roupas brancas lavam-se apenas com sofrimentos;

- Recorda o olhar terno das crianças, porque tu para eles és o caminho.

Sábia dignidade que guias os homens pelo sendeiro interior.

Levantai os vossos olhos, homens caminhantes, porque apenas a luz vos verá triunfantes.

Nos vales e nas montanhas ou em obscuros labirintos só a alma sabe onde está o infinito.

Não importa se vêm envoltos em pecados… não importa se sucumbiram a vicíos… não importam as vossas vestes sujas. A vós, Deus aceitou-vos.

Cada hora e segundo, cada minuto de dor, deixou nas vossas almas o refúgio do amor.

Juntai as vossas mãos sobre o coração, enchei a vossa boca desta oração e de dignidade, meus irmãos. Que esta seja sempre a vossa canção.

Com todo o meu AMOR para vós.

Kwan Yin

MEU PAI XANGÔ DAS PEDREIRAS.....

MEU PAI XANGÔ DAS PEDREIRAS.....

Estava olhando a pedreira

Uma pedra rolou, ela veio

Rolando e bateu em meus pés

E se fez uma flor

Quem foi que disse

Que eu não sou filho de Xangô

Ele mostra a verdade

Se atira um pedra

Ela vira uma flor

Toda verdade de justiça e proteção

Filho de pai Xangô

Ninguém joga no chão

Quantos lírios já plantei no meu jardim

Uma pedra a atirar é um lírio para mim

quinta-feira, 24 de junho de 2010

PAI XANGÔ




XANGÔ – SÃO JERÔNIMO
Sincretizado a São Jerônimo, Xangô é o Orixá da sabedoria e da justiça, sua cor
é o marrom.

São Jerônimo nasceu na cidade de Estrido, Dalmacia, nas atuais fronteiras da
Iugoslávia, por volta do ano 340 e ele foi um dos grandes escritores de seu
tempo. Tornou-se monge e partiu para o Oriente, fixou-se na Síria entregando-se
a uma vida de penitências e orações. Regressando a Roma, foi feito secretário do
papa São Damaso que lhe deu a missão de traduzir as Sagradas Escrituras para o
latim, obra que ficou conhecida como Vulgata dando origem a Biblia atual.

Xangô é o responsável pela solução das pendências e das injustiças, dando a quem
merece o devido castigo e, a vitória ao injustiçado.

Xangô simboliza a lei de causa e efeito, seu fetiche é a machada de dois gumes
ou a balança de dois pratos, simbolizando a justiça e a imparcialidade.
Recorrem a Xangô todos os injustiçados, perseguidos espiritual e materialmente.

Os domínios de Xangô são as pedreiras e as cachoeiras, de Xangô emanam forças
poderosíssimas, é a Ele que recorremos quando necessitamos de ajuda nos
processos que demandem muita energia, nas demandas espirituais, nos processos
judiciais, enfim, todos os assuntos ligados à lei e a justiça.

Nossos irmãos africanos nos ensinaram que Xangô é o Orixá atuante simbolicamente
sobre as tempestades e tudo que dela provenha como raios, chuva com trovoadas,
etc.
Xangô como todos os Orixás jamais desampara aqueles que a Ele recorrem.

De Xangô emanam a autoridade, a justiça e o saber. Ele jamais erra e não permite
o erro de seus filhos. É o protetor dos bons juizes, dos bons advogados e de
todos aqueles que tenham contato com as práticas das leis.
Nas demandas espirituais após Ogum ou os outros Orixás envolvidos nessas
demandas terem feito o seu trabalho, Xangô virá obrigatoriamente cumprir a lei
de Deus de causa e efeito.

A vibração de Xangô, nas evocações que ocorrem nos templos de Umbanda, é
fortíssima. Quando incorporado em nossos médiuns transmite sempre a imagem de
alguém forte como a rocha, todos pressentem sua tremenda força.
Em muitos pontos cantados de Xangô, ouve-se a frase; "


Não brinque com Xangô, porque Xangô não brinca não".

Essa frase transmite claramente sua autoridade e intolerância com os erros dos
homens.
Xangô está sempre associado à força, Ele é autoritário, capaz de despertar o
respeito por suas determinações e leis, com poder para decidir sobre o bem e o
mal.
As suas determinações serão sempre obedecidas por todos, gostem ou não. Por
estar associado à firmeza da rocha e à estabilidade que as pedreiras transmitem,
que são os seus domínios, delas emana a sua força.
Em suas obrigações podem ser usadas flores brancas, velas de cor marrom ou
brancas, cerveja preta e água da cachoeira. Nesse sentido, é comum ver as
obrigações que lhe são feitas nas pedreiras e cachoeiras, sendo que em muitos
casos depositam lá uma verdadeira parafernália de objetos e comidas como o
quiabo com feijão fradinho e outras coisas mais, como o vinho e licores
diversos.
Não há necessidade de pedir a Xangô a justiça, Ele a fará sempre mesmo que você
não peça ajuda a Ele. Na realidade evite pedir justiça, se você pedir a justiça,
tenha certeza que Ele atenderá o seu pedido, mas como qualquer ser humano você
tem em seu passado alguma coisa da qual se envergonha e Xangô também vai ver os
seus erros e lhe dará também, ao mesmo tempo, o seu pagamento por suas obras.
Você se sente injustiçado? Então aguarde, Xangô fará a justiça por você, sem que
exista a necessidade de pedir coisa alguma a Ele; mas se pedir, prepare-se, você
também receberá o seu pagamento.
Se o assunto é ligado a lei e aos seus processos e você possui a verdade ao seu
lado, pode recorrer a Ele com toda a garantia de vitória, mas só proceda desta
forma se tiver à verdade ao seu lado, porque se você é o errado na questão,
tenha certeza que Ele vai puni-lo.
A justiça de Xangô é baseada em leis Divinas, leis que tem origem Divina e não
podem ser manipulado pelos homens, seja sábio.

Cor ....................... Marrom
Domínios ................ Pedreiras e cachoeiras
Atuação ................. A justiça
Saudação ............... Caô cabecile
Elemento ............... Fogo


Comentário


Certa noite no final de um trabalho de gira de desenvolvimento, o Caboclo
Arranca Toco riscou no chão o ponto de um caboclo da linha de Xangô conhecido
por nós como Caboclo Treme Terra e dentro desse ponto colocou uma pedra.
Nessa ocasião, informou a todos da corrente que aquela noite seria a noite da
justiça, que ele iria pedir ao seu irmão da linha de Xangô, que intercedesse por
todos nós no sentido de buscar a justiça contra todos aqueles que haviam nos
traído.
Para fazer o pedido, era simples, qualquer médium poderia se dirigir ao ponto,
segurar a pedra nas mãos e mentalmente pedir a Xangô a justiça sobre o que se
julgava injustiçado.
Perguntou então a corrente, quem gostaria de ser o primeiro a pedir justiça. Os
médiuns mais velhos, conhecedores do rígido caráter do Caboclo Arranca Toco,
ficaram quietos em seus lugares, porque sabiam que vinha desse episódio um
grande puxão de orelha.
Uma das iniciantes que não o conhecia bem, disse ao caboclo:


- Eu quero ser a primeira!


Dirigiu-se ao ponto e quando ia tocar na pedra, o caboclo segurou sua mão
impedindo que ela tocasse na pedra e lhe disse o seguinte:


- Filha, se você tocar nessa pedra, você estará traçando o seu infortúnio
futuro!


O caboclo nos deu a lição de que não existe a necessidade de pedir justiça a
Xangô, Ele a fará mesmo que você não peça. Explicou ainda que todos que pedem
por justiça, na realidade querem a vingança. Se desejam a punição do próximo, é
porque alimentam prazer pela possibilidade do castigo que será aplicado em outra
pessoa.
O passado não pode mais ser mudado, se algo ruim aconteceu no passado envolvendo
você e outras pessoas, tenha certeza que todos desejariam voltar no tempo e
corrigir os seus erros. Isso, porém, não pode ser feito. Desta forma, perdoe as
ofensas e as traições. Se você é realmente umbandista, você tem a obrigação
moral de perdoar qualquer ofensa.
Você foi traído, foi injustiçado, foi roubado, ou lhe fizeram coisas que o
magoaram, esqueça-as; confie em Deus, em Xangô e em seus amigos espirituais,
porque eles farão justiça por você.
Jamais peça a Xangô a punição de outra pessoa, porque nesse caso você não quer
justiça, você quer vingança, sentimento nada típico de um médium ou de um
seguidor umbandista.
Em relação aos canalhas, exploradores da fé alheia, matreiros e vagabundos da
espiritualidade, de Xangô só temos uma coisa a lhes dizer:


- Com o tempo eles irão conhecê-lo e também conhecerão a dureza e a
imparcialidade de suas leis, tenham a certeza disso!

http://www.nuss.com.br/os-orixas/xango.html

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A SEMENTE E OS QUATRO ELEMENTOS




TEXTO ENVIADO PELA AMIGA IRMÃ MONALIZA.....
Olá Monliza...Sou grata por compartilhar esse lindo texto ...

Beijos!!!!

"A semente e os 4 elementos"

A semente desprende da arvore, como um filho desprende-se do ventre da mãe, soprada pelo AR repousa na TERRA como fossem os braços do pai, faz ali a sua morada, será aquecida pelo FOGO do sol servindo como alimento para seu crescimento, é regada pela ÁGUA da chuva como fosse o éter liquido da vida, retira-se de sua armadura germina e cria raízes fincando-as na terra úmida, elementos iniciais da vida formados pela TERRA E ÁGUA cria-se a partir dali um pequeno orvalho como se fosse o surgimento do Irmão Médium passando pelos 4 ELEMENTOS, ainda necessitando destes elementos elementares a sua formação; A vida dessa semente será difícil como tantas outras que encontramos pelos caminhos; Entre as dificuldades sofrerá a inveja de outras sementes; Sofrerá também as presas dos dentes dos insetos em sua carne como fossem estas os inimigos que encontrara; Sofrerá a falta da ÁGUA nos dias de muito calor, pois pequena não consegue extrair o necessário; Sofrera a falta
das outras arvores, fazendo-lhe sombra, seria os seus amigos que estariam longe na horas difíceis; Perderá parte de seus membros pela serra do lenhador, como a incerteza de sua fé ou talvez fossem a morte dos seus parentes e amigos. Com tanto sofrimento e dificuldade seu tronco continuará em pé e ficará mais rígido permanecendo em exercícios constantes com o movimento de seus galhos soprados pelo AR; Alcançara o ápice acima de outras árvores, recebendo o elemento FOGO do sol em sua plenitude; Suas folhas rígidas acolheram o elemento ÁGUA, distribuindo em seu caule a forca para sobreviver; No elemento TERRA suas raízes fortes a agarraram trazendo seu néctar precioso como alimento; Terá propriedades ao qual comprará ajeitando-se entre as outras árvores; Alimentara os pássaros como se fossem seus subordinados e ajudantes na dispersão do pólen, são vidas levados pelos pássaros em suas asas e patas; Nunca perderá a sabedoria, pois deixará frutos em form
a de sementes, para o futuro; Acolhera o homem cansado em sua humilde sombra aconselhando com gratidão e refrescando seu suor.
Muitas vezes será o banquinho ou cadeira de consolo madeira retirada de parte de suas entranhas.
O Médium será sempre como a árvore lembrando-se sempre que suas mãos devem sempre estar voltadas ao céu como os galhos da arvores, para pedirem e colherem as energias essenciais a vida.
Lembre-se tudo começou com uma sementinha.

Autores: Emidio Campos/ Leo Del Pezzo"