quinta-feira, 4 de junho de 2009

TRABALHOS ENCOMENDADOS E PROMESSAS DE SOLUÇÃO

O que pensar desses anúncios vinculados em jornais ou panfletos
distribuídos nas ruas que prometem a solução de nossos problemas amorosos,
financeiros e de saúde? Eles funcionam mesmo? Trazem a solução tão desejada?
*

*Acredito que existam dois aspectos que devam ser analisados. O primeiro
refere-se ao desespero da pessoa que necessita ou deseja a solução. O
segundo é ver envolvido o nome da Umbanda nessa questão.*

*Analisando o primeiro aspecto, podemos desmembrá-lo também em duas
vertentes. A primeira diz respeito a compreensão da pessoa que por acreditar
que seu problema não seja de seu merecimento ou “culpa”, busca no externo a
solução do mesmo. Pessoas que buscam esse tipo de “atendimento” não têm
menor noção de espiritualidade, de merecimento, e não estão nem um pouco
preocupadas com as conseqüências que este tipo de envolvimento pode trazer,
pois as desconhecem. Por acreditarem que o seu problema é conseqüência de
ações de terceiros, desafiam o próprio Deus, dizendo-se não merecedoras do
que estão passando. *

*Dentro de suas mentes obnubiladas pela dor e sofrimento, querem uma solução
rápida, mágica, que as façam verem-se livres e felizes.*

*A segunda vertente diz respeito especificamente ao sentimento do
solicitante. Muitos pedem que “a pessoa amada volte”. Ora, sabemos que quem
ama realmente deseja somente o bem do ser amado, portanto não irá fazer um
pedido desta natureza. Outras pessoas pedem que “fulano” perca o emprego,
pois ele precisa trabalhar e o “fulano” está atrapalhando; ou então pedem
pelo desencarne de “beltrano”. Francamente! *

*Mas, esses “trabalhos” funcionam? Certamente que sim! Não para todos, mas
para muitos ou alguns. Mas no fundo, no fundo, é imprescindível que haja
absoluta harmonia entre o solicitante, o executante, a "vítima" e o astral
inferior. Portanto obter o resultado desejado apenas confirma a absoluta
sintonia entre essas quatro coisas.*

*Mas quem executa esses trabalhos em nível astral? Espíritos que trabalham
com forças trevosas, de baixo padrão vibratório e alta densidade
perispiritual. Espíritos altamente ligados à matéria, ao mundo encarnado.
Não são desprovidos de inteligência, muito pelo contrário, são desprovidos
de luz, de esclarecimentos da verdade eterna, de amor. Espíritos que
saudosos de seus tempos na terra ainda precisam se alimentar, fumar, beber,
urinar, defecar, sentem-se encarnados ainda, sentem dor, prazer sexual, etc.
E para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas e outras intenções
maléficas, reúnem-se em torno de encarnados que poderão, por similitude
vibratória, atendê-los em seus desejos e aspirações. Muitos se agregam aos
médiuns que por sua invigilância, cedem lentamente a essas aspirações. Eles
são ardilosos, chegam a fazerem-se passar por Exu, dando ao médium a
impressão de estar sendo assistido pelo seu próprio Exu. Por isso é tão
importante que o médium estude sempre e mantenha-se empenhado no caminho do
bem e da caridade.*

*Dentro de sua ousadia, esses obsessores envolvem o médium dando-lhe
“poderes” e sensações prazerosas em nível de terra. Atendem rapidamente as
necessidades mais mundanas do médium e se apresentam como “solucionadores”
de diversas questões. Mas ainda não é aí que começa a cobrança. O médium
empolgado desvia-se ainda mais, começa a procurar lugares onde haja o mesmo
tipo de afinidade vibratória, e tudo que estudou recebe outra conotação.
Começa a atender pessoas em casa e se diz pai ou mãe no santo e a pedir,
sugestionado pelos obsessores, os elementos que irão satisfazer as
necessidades deles, e não vê nada de mal em cobrar também pelo trabalho que
irá executar. Afinal ele também tem as suas próprias necessidades (jóias,
carro novo, casa, etc), mas ter um emprego onde ganhe o seu sustento que é
bom, nem pensar, pois não teria tempo para se dedicar com afinco ao serviço
ao astral inferior (aliás uma das primeiras exigências dele).*

*A pessoa que foi pedir, poderá ou não receber a “graça”, ou seja, a solução
tão desejada, mas certamente ela receberá algumas tantas companhias que
turvarão ainda mais sua mente já tão conturbada e perturbada pela dor. Neste
caso em especial, não receber a “graça” é que é a verdadeira graça, pois
pode ser um sinal de que a pessoa não está tão envolvida assim com a
espiritualidade inferior.*

*O segundo aspecto desta questão é quando envolvem o sagrado nome da Umbanda
nestes trabalhos. A Umbanda não se presta a este tipo de coisa. Quem assim o
diz está desviado de seu caminho. A Umbanda trabalha justamente para
combater o astral inferior e não compactua com obsessor, mas o orienta e
doutrina, ao contrário também do que muitos pensam. Portanto quem cobra por
seus "serviços mediúnicos" e compactua com esses pensamentos desviados, não
é umbandista, porque a Umbanda é a prática da caridade pela caridade, na
busca da evolução.*

*No embate contra o astral inferior a primeira linha que é utilizada pela
Umbanda é a linha de Exu e Pomba Gira, porque são as entidades determinadas
pelo Astral Superior para esse trabalho em função de suas características
vibratórias, sua enorme capacidade de manipulação energética e seu profundo
conhecimento das armadilhas do astral inferior. Exu trabalha para ascender
às hostes superiores, ou seja, para um dia vir a ser um Caboclo ou Preto
Velho, portanto jamais irá se deixar seduzir por armadilhas que ele tão bem
conhece. Além do mais, Exu trabalha sob as ordens de espíritos superiores
que são os enviados de Orixá. Logo, por dedução simples e lógica não faz
sentido a afirmação de que Exu faz tanto o mal quanto o bem, que não sabe
diferenciar um do outro; isso significaria inocência, coisa que está longe
de ser uma das características de Exu; além de significar que Exu seria um
idiota, e não um espírito de luz, guardião e defensor.*

*Exu é passional? Sim, Exu é passional, mas não é bobo e muito menos
violenta o livre arbítrio de ninguém, portanto Exu não bate, não exige
oferenda especial nenhuma, utiliza sim os elementos oferendados (padé e
bebida alcoólica), única e exclusivamente para manipular as energias
volatilizadas para a consecução dos objetivos propostos pelo Astral
Superior, e o mesmo não propõe que o Exu beba através de seu médium, mas que
manipule a essência dos elementos oferendados em favor dos seus comandados,
estes sim mais apegados as necessidades terrenas.*

*Eis o motivo de Exu ser tão mal compreendido. Eis o motivo da Umbanda ser
tão execrada. As pessoas leigas e os médiuns desprovidos de esclarecimento e
orientação, deixam-se levar por exemplos pouco louváveis e acabam misturando
as coisas.*

*O tempo que alguns médiuns perdem em querer aprender “fuxicos”, oferendas e
agrados para os Orixás e etc, deveriam usar para elevarem o seu próprio
padrão vibratório e se tornarem dignos de se dizerem umbandistas.*

*Mas nada acontece por acaso, pois todas as vezes que a Umbanda é atacada
ela ressurge, tal qual fênix, das cinzas dos médiuns invigilantes, através
da força dos que realmente amam a Umbanda.*

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