segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

OS RITUAIS DE PRAIA


Durante as comemorações de fim de ano, levadas a efeito no mês de dezembro, é comum vermos nas diversas praias de nossa orla marítima grande quantidade de terreiros homenageando, com flores e essências, a grande mãe Iemanjá, pedindo a este grande Orixá que, com suas águas, possa lavar e regenerar o coração e o mental daqueles que andam a espalhar a maldade, o desamor e o egocentrismo.Rogam também forças e resignação para o ano que se apresenta, pedindo paz, fraternidade e honestidade para o mundo. Com suas águas, Iemanjá purifica e reequilibra os diversos centros de força (chakras) de nosso corpo, reabastecendo nossas baterias para as lutas do futuro.É maravilhoso ver esta expressão de espiritualidade, de simplicidade e de fé que os verdadeiros umbandistas demonstram por Iemanjá.Contudo, para que uma sessão na praia seja segura, equilibrada e sem percalços, o ritual necessariamente deve ter um preparo todo especial, tanto em relação aos médiuns quanto ao espaço físico onde se realizará o evento.O ideal seria que os rituais de fim de ano fossem realizados em praias de difícil acesso à população, pois se constituiriam em lugares onde o campo vibratório estaria mais equilibrado, mais íntegro. Como do ideal ao real vai uma grande distância, o jeito e fazer a cerimônia em lugares já frequentados. E é aí que os terreiros devem redobrar os cuidados para com o equilíbrio psico-espiritual.E por quê ? Porque devido ao "avanço" de certos hábitos da coletividade, o campo vibratório em questão tem sido alvo de contaminações de diversas espécies.É nas praias que, infelizmente, pessoas fazem suas necessidades fisiológicas, se drogam, fazem sexo, vazam detritos, falam palavras de baixo calão, inundando a areia com vibrações densamente negativas.À par desta realidade inequívoca, o certo é o que alguns poucos terreiros ainda fazem: delimitam um espaço na areia onde será realizada a gira e, com uma antecedência de 24 horas, começam a limpá-lo e prepará-lo para o dia seguinte.São feitas defumações e a firmeza do local, que não poderá ser pisado pelos transeuntes. Outros preceitos poderão ser realizados, mediante ordem do Guia-chefe da agremiação umbandista, para o fiel e correto uso daquela área, que é sagrada.O que não se pode fazer é andar ao longo da orla marítima e, aleatoriamente e sem nenhuma responsabilidade, indicar um lugar na areia, em meio a biquínis minúsculos e situações sensuais, e simplesmente iniciar uma sessão.Quem assim age, mostra desconhecimento de ristualística e age com desrespeito em relação à Umbanda.Muitos devem estar pensando que, devido ao mar e a areia serem campos vibratórios comandados por Iemanjá, este Orixá se encarregaria de sempre deixá-los harmonizados e ajustados. Ledo engano. O que mais vemos hoje são rios, lagos, cachoeiras e florestas completamente contaminados pela ação do bicho-homem, que criminosamente põe em risco sua própria existência.E Iemanjá, como os demais Orixás, deixa que o Homem seja vítima de seu próprio comportamento, colhendo aquilo que semeou. Lembrem-se que os seres humanos é que precisam dos sítios vibracionais, e portanto o sitio natural deve ser preservado tanto energeticamente ou seja: em forma de boas atitudes e bons pensamentos, quanto fisicamente não deixando para trás no termino dos trabalhos lixos tais como garrafas, copos, flores de plástico e etc. Iemanjá não quer nada disso ela quer que seus filhos ao estar no seu sitio natural (praia) Leve sim amor no coração e respeito e não bugigangas e quinquilharias que irão poluir seu ambiente. Por fim, devemos lembrar que os rituais praianos à Iemanjá devem ser discretos, organizados, sérios e direcionados ao bem e a caridade. Devem homenagear esta grande genitora (não esquecer que 2/3 do planeta são constituídos de água), que deve ser o único centro das atenções e orações.
Saravá Mamãe Iemanjá !!!

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