segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O AMOR DE UM PRETO-VELHO


Inâe, Iabá, Janaína, Yemanjá!

Tu és a rainha do mar, do meu amor

E da minha vida!

Eu que já te vi tantas vezes

Me emociono sempre em falar sobre vós.

Mesmo quando encarnado, Inaê sempre me guardou

E no seu colo me embalava

Quando a dor era maior

Do que eu podia aguentar

Também quantas vezes você lavou

Com sua sagrada água, nossas feridas?

Ó mãe? Como posso eu falar

De ti sem chorar, minha linda sereia?

A Lua brilha linda agora,

Como esse brilho lembra o vosso olhar mãe!

E me faz lembrar do dia em que você me disse:

"Meu filho, perdoa...

O ódio, vingança na verdade não existem

Apenas refletem a falta de amor...

E quanto o nosso coração ainda está machucado!...

"Seja um pai para eles

E guie - os como seus

Próprios filhos

Assim como eu te guio

Meu filho amado!”

E assim o preto - velho seguiu seu caminhar, sabendo que a sua mãe era a mãe de todos! Sabia que ele era irmão, e que tornaria - se de agora em diante pai para auxiliá - los. Mas principalmente entendeu, que aonde a espada não funciona, apenas a maleável água ajuda, irrigando o mais árido dos terrenos, para a mais bela flor poder nascer...

"Pois aquele que se encanta pelo canto da sereia tem dois caminhos: morrer no mar ou tornar - se um encantado, vivendo ao lado dela. Aquele que "se encanta", no segundo caminho, torna - se um encantador. Esse encanto, à primeira vista, exerce o fascínio assim como a beleza física nos fascina, mas só a espiritual completa".

*Textro extraído do livro "Deus Deuses e Divindades" - Alexandre Cumino

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