terça-feira, 25 de novembro de 2008

O AMOR-POR WAGNER BORGES


Quem é humilde - e forte, por isso mesmo -, o suficiente, para reconhecer os véus escuros que prendem o seu divino potencial e mudar algo, dentro do coração, para fazer os olhos brilharem muito, mesmo em tempos fortes de Maya?
Quem é capaz de perdoar realmente e fazer uma nova canção de vida?
Quem consegue reconhecer a Luz e fazer jus a Ela?
Quem consegue ser gente, mesmo sendo espírito?
E quem reconhece ser um espírito, aqui e agora, mesmo no meio de tanta gente?

Quem é capaz de carregar um grande amor num pequeno coração humano?
Quem chama a Luz, a não ser a própria luz, por semelhança?
Então, como dizem os sábios espirituais, "quem quer mais Luz, que seja Luz!"
E, quem compreenderá isso, a não ser alguém que também busca essa Luz?
O que, no mundo, ninguém vê, o Céu lê nas entrelinhas do coração, e compreende...
Que, pela Luz que cada um irradia em torno de si mesmo, aparece a verdade de cada um.
Que os grandes ladrões da Luz do coração são os pensamentos negativos e o orgulho.
Que não adianta andar no mundo com pose de campeão, se, por dentro, a Luz é pequena.
Que grandes vôos exigem asas fortes e disciplina, e não ter medo de altura.
Que só ganha altura quem larga o peso. E só encontra a Luz, quem quer a Luz, realmente.
E, quem compreende isso, a não ser alguém da Luz? Talvez, Alguém Maior, que tudo sabe.
Alguém que compreende as canções e as entrelinhas do coração... O Amor Que Ama Sem Nome, O Profundo, O Supremo, O Todo que está em tudo!
Que, às vezes, fala aos homens por meio de outros homens, na mesma Luz.
Outras vezes, Ele fala direto ao coração ou no cerne da canção.
Mas, nesse mundo de Maya*, quem escuta? Quem compreende?
E quem é forte para carregar a Luz das estrelas num pequeno coração?
Quem é capaz de mudar a canção do egocentrismo pela canção da consciência cósmica?
E de carregar o sol na cara, mesmo em meio à escuridão e o materialismo exacerbado?
E, ao mesmo tempo, ser professor e médico da própria alma?
A Luz chama a Luz. Quem quer mais Luz, que seja Luz!
Quem compreende isso, em seu coração, realmente compreende..

- Nota:
* Maya - do sânscrito - ilusão; tudo aquilo que é mutável, que está sujeito à transformação por diferenciação.

A ALQUIMIA DO AMOR

O ser humano é presa fácil do emaranhado de suas emoções mal-resolvidas e, por isso, facilmente perde de vista o amor. Sua teimosia se disfarça de amor próprio e leva-o para o labirinto afetivo. Em decorrência disso, ir de encontro às paredes emocionais sem saída é líquido e certo.
Logo, é correto dizer que as pessoas costumam desvalorizar o amor real e, em contrapartida, passam a valorizar as emoções viscosas em seu lugar. Porém, tudo tem um preço: o amor cura e limpa os resquícios emocionais, pois ele é pura transformação. Talvez esse seja o motivo das pessoas desgastarem o amor em seus corações: inconscientemente elas têm medo da alquimia interior causada pelo sentimento profundo.
Por isso, é mais fácil deixar-se levar emocionalmente e daí estacionar em velhos dramas de auto-afirmação distorcida. E esse é o caminho mais fácil, pois já foi trilhado tantas vezes no passado, é mais familiar e confortável, apesar de sempre apresentar, posteriormente, os inevitáveis efeitos colaterais de não se sentir completo afetivamente.
Se o amor tem a capacidade de transformar, as emoções fazem exatamente o contrário: prendem os pensamentos nos poços da autoculpa e jogam a auto-estima para o fundo.
E é aí que mora o perigo invisível: muitos espíritos desencarnados também estão mal-resolvidos emocionalmente após a perda do corpo físico e sentem-se atraídos, inconscientemente, para o perímetro energético das pessoas encarnadas que estejam na mesma sintonia. Eles costumam aderir espiritualmente à aura do pulmão, área que reflete a tristeza no corpo e que apresenta uma atmosfera acinzentada em decorrência das energias não fluírem corretamente, por causa do bloqueio emocional correspondente.
Muitas vezes, principalmente quando a causa da distorção emocional está radicada em situações encrencadas de vidas passadas, forma-se uma massa escura na boca posterior do chacra cardíaco*, e isso acarreta um bloqueio na capacidade de sentir limpamente os sentimentos e usufruir da troca afetiva sadia. Pode-se dizer que a pessoa troca as energias rosadas do amor pela massa pesada e escura que carrega sem perceber. Alguns amparadores extrafísicos** chamam isso de "fumaça consciencial".
Acho a expressão bastante apropriada, pois a pessoa não consegue ver claramente para onde suas emoções a estão levando e a quantidade de "fuligem psíquica" aderida em suas costas.
Esse é o preço que as emoções densas cobram a quem lhes dá passagem: sempre há uma fumaça impedindo a visão correta do amor verdadeiro. As pessoas não percebem, mas estão pagando um pedágio emocional caro demais para rodarem nas pistas turbulentas e cheias de buracos de suas emoções distorcidas.
Naqueles casos em que lhes seja possível, os amparadores sempre tentam ajudar a desbloquear essas emoções escuras, seja por intermédio de intervenções espirituais efetuadas no corpo espiritual durante o sono da pessoa, quando ela está projetada temporariamente*** para fora do seu corpo físico, de forma inconsciente geralmente, ou seja utilizando-se das energias de alguém próximo para isso ou intuindo-a de que o desconforto que sente é fruto de algo que não anda bem em seu íntimo.
Porém, os amparadores não fazem milagres e o seu auxílio sempre tem um limite: o livre-arbítrio da pessoa. Para que eles possam auxiliar efetivamente, é preciso que a pessoa em questão esteja pré-disposta para mudar alguma coisa em suas posturas emocionais. De que adianta tentar ajudar a alguém que não quer crescer?
Espantar as moscas (as energias escuras e os espíritos atrelados nelas) e não fechar a ferida (as coisas mal-resolvidas) não adianta nada. No dia seguinte, novas moscas surgirão atraídas pela ferida ainda aberta e o processo deletério continuará.
De que adianta combater o efeito sem anular as causas que lhe são correspondentes?
Os espíritos pesados são atraídos pelas energias escuras na aura da pessoa. Por sua vez, essas são apenas efeitos das emoções doentes, a causa real do problema.
Portanto, a cura chama-se transformação! E é o amor que transforma e faz transcender os limites primários de manifestação.
Esse é o motivo que leva às pessoas a temerem o amor profundo: É QUE ELE TRANSMUTA O ÓDIO EM PERDÃO E FAZ O CORAÇÃO ESPIRITUAL TORNAR-SE UM SOL.
E poucas pessoas são capazes de agüentar um sol de amor brilhando em seus corações. Poucas são capazes de serem felizes aqui e agora, sem os dramas do passado atormentando o presente.
E por que o instante atual é chamado de presente?
É porque ele é isso mesmo: um presente. É a oportunidade de curar-se do passado e seguir em frente corajosamente para realizar os sonhos sadios na vida que chama.
A vida e o momento são sempre presentes! Mas é preciso ter coragem para receber o presente limpamente.
Da mesma forma, há pessoas que também são presentes da vida: aqueles que amamos e que nos amam, da Terra, de outros orbes e dos planos extrafísicos. Mas é preciso saber reconhecer o presente e ter a coragem de recebê-lo completamente, sem nenhuma fumaça psíquica agarrada nos abraços e beijos.
É preciso limpar a área e deixar o coração espiritual cheio de energias rosadas para receber o presente.
Amar é uma dádiva! Amar é ser um sol! Amar é estar presente!
Sim, o amor é o grande mestre alquimista: só ele é capaz de transformar as sombras do passado em flores douradas, e os olhos outrora opacos em duas estrelinhas brilhando muito nos caminhos da vida que chama, aqui e agora... forever!

P.S.: Não sei o motivo real de ter escrito tudo isso. Só sei que me sentei e comecei a digitar, enquanto rolava no som o belo CD**** de baladas celtas "Celtic Magic". Talvez esses escritos possam ser úteis para reflexão de alguém (inclusive, eu mesmo).
Enquanto eu escrevia, lembrei-me tanto de Jesus e de seus ensinamentos sobre o amor, o perdão, a espiritualidade, e de que "na casa do Pai há muitas moradas", e "de que adianta a uma pessoa ganhar o mundo, se ela perder a sua alma?"
Ele sempre esteve certo no que ensinava. Mas sempre houve muita fumaça consciencial (nosso egoísmo, nossa ingratidão, nossa religião, nossa teimosia e nossas energias cinzentas) impedindo a visão correta dos homens em cima de seus ensinamentos.
Jesus sempre foi um grande alquimista espiritual. E o amor sempre foi a sua pedra filosofal. E a sua tarefa sempre foi clara: TRANSFORMAR O HOMEM DE FERRO, ENFERRUJADO DE EGOÍSMO, NO HOMEM DOURADO, CÓSMICO E RADIANTE, INICIADO NA LUZ.
Ele ensinou "o amai-vos uns aos outros", não por motivos religiosos, mas porque o amor transmuta e cura as dores do coração. Porque o amor é uma dádiva!
Por isso, eu que não sou cristão e nem sigo nenhuma religião feita pelos homens da Terra, dedico essas linhas a Jesus, mestre do amor e grande alquimista da alma.

Paz e Luz.
- Wagner Borges -

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